quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Os caminhos e tendências para a EAD

O desafio de unir tecnologia e ensino é um dos principais paradigmas da educação de hoje. Se, de um lado, a cada geração cresce o interesse e a familiaridade com modernos recursos multimídia, de outro, os professores e as técnicas pedagógicas permanecem as do século passado. 

Como resposta à necessidade de um ensino mais integrado com as novidades no campo tecnológico, a educação a distância ganha mais espaço. Entre as vantagens desse formato, segundo especialistas, está a flexibilidade no acesso ao conteúdo e o uso intensivo de plataformas digitais. Mas, será o ensino online a chave para unir educação e tecnologia? 

Na visão do professor Ronaldo Mota, reitor da Universidade Estácio de Sá, a EaD resolve parcialmente a falta de atratividade. Para o educador, que já foi secretário nacional de Educação a Distância do MEC, caminha-se para um modelo híbrido, pois há aspectos na formação dos novos tempos que são mais fáceis de serem desenvolvidos pela via presencial.

“Certamente o aluno poderia fazer o que faz hoje, a distância, escolhendo um horário melhor. Agora, isso não quer dizer que não há grande importância nas atividades presenciais. Elas são essenciais na escolha do problema a ser tratado e discutido em grupo, na definição da equipe, no encaminhamento de quem faz o que na solução de problemas, estimulando a percepção das questões interdisciplinares”, destaca o reitor, que também é diretor de operações de EaD da Estácio e, nessa entrevista, analisa o cenário da educação a distância, as tendências para essa área e fala sobre as ações e projetos da Estácio no campo do uso da tecnologia na educação.

FOLHA DIRIGIDA — Qual o desafio para integrar a tecnologia ao processo educacional?
Ronaldo Mota - 
Em relação à tecnologia no campo da educação, é importante que ela permita identificar, indivíduo por indivíduo, quais são suas principais características, suas lacunas, suas fortalezas e deficiências conceituais. E como se faz isso? Para a máquina fazer isso, é necessário dispor de um bom software e um bom algoritmo. E uma forma de se alcançar isto é a partir de um banco de dados monstruoso, tanto do ponto de vista de fazer perguntas, quanto de respostas que foram conferidas. Em geral, quando se cria uma interface, só se está preocupado com as respostas certas. A nossa interface, na Estácio, tem tanto interesse nas respostas certas como nas erradas, pois mostram onde eventualmente o aluno tem fragilidade. Aquilo que uma pergunta não responde começa a definir quais as principais dificuldades conceituais que ele tem ou, às vezes, o contrário. Uma disciplina pode ficar enfadonha porque o aluno está percebendo muito rápido. Mas, em suma: o fundamental é personalizar. Criar trajetórias individuais é possível, só que o mundo não sabe fazer isso bem ainda.

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