quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

MEC e as mudanças na educação a distância

Mudanças do MEC na educação a distância gerarão nova onda de competitividade e ampliação da oferta

A previsão é de João Vianney, consultor e especialista em EAD, que elogia o novo marco legal para instituições que praticam educação não presencial
Da revista Ache Seu Curso
Dono de um bom-humor marcante e de um raro conhecimento na área de educação a distância, João Vianney, membro do Conselho de Ética da Associação Brasileira de Educação a Distância (ABED) e consultor associado da consultoria Hoper, não tem dúvidas ao garantir que 2014 será um ano de expansão acelerada da educação a distância no Brasil. Ele diz isso com base nas mudanças no marco legal do setor e do enfoque governamental para o tema, além do contexto educacional do país. "O governo sacudiu o pé de jabuticaba" em 2013, diz Vianney, o que resultará na ampliação da competitividade no próximo ano, com mais oferta de vagas.
Nesta entrevista exclusiva à revista Ache Seu Curso, Vianney detalha quais são essas mudanças e afirma que não há mais motivos para o governo federal deixar de conceder aos alunos de cursos a distância recursos como os do financiamento estudantil.
Qual é o cenário que está se desenhando na educação a distância no Brasil?
A comunidade que trabalha com ensino superior a distância vinha criticando o MEC desde 2008 por ter "congelado" a regulação da EaD num pacote de regras originadas da imposição de um modelo único de educação a distância derivado dos moldes estabelecidos no Rio de Janeiro pela direção do CEDERJ. Ali o que valia como referência era uma grande estrutura de polos de apoio presencial, com salas de aulas, salas de informática, bibliotecas, secretaria, tutores presenciais e uma carga de atividades a serem feitas pelos alunos nestes locais.
Qual é o problema com esse modelo de expansão?
Os processos da EaD dentro do MEC ficaram amarrados ao modelo de polo, criando uma burocracia interminável.  Não se observava a qualidade da aprendizagem e os resultados alcançados pelas instituições. O foco era na estrutura de polo, e isto indiretamente terminava por privilegiar instituições que tivessem mais capital disponível para atender às exigências absurdas que a antiga Secretaria de Educação  a Distância do MEC colocou em campo e que os ministros da educação engoliram como se verdade fosse.   O País perdeu o foco na busca da qualidade da aprendizagem, na pesquisa avançada para produção de conteúdos e de atividades, no desenvolvimento de bases digitais para consulta remota, e no relacionamento virtual entre os estudantes e entre estes e os professores tutores a distância.
E o que mudou?
Felizmente, meia década depois, o Ministério da Educação acordou.  Já em 2012 o MEC acelerou a tramitação de processos com pedidos de Credenciamento para EaD que estavam parados ou se arrastando pelas prateleiras desde 2008 e 2009, e deu início a processos de reconhecimento de cursos de graduação a distância de instituições de ensino superior que estavam nesta espera desde 2008. E, sem que elas tivessem os cursos reconhecidos, estavam impedidas pelas normas de crescer e competir.
No começo de 2013, em janeiro, o MEC radicalizou positivamente. Sacudiu o pé de jabuticaba e lançou logo em janeiro duas portarias que foram um marco de ruptura com o cenário anterior. Com a Portaria Normativa 1/2013 o MEC criou um calendário público para que as instituições pudessem entrar com pedidos de credenciamento para EaD, de reconhecimento e criação de cursos, de criação de novos polos de apoio presencial. E, mais importante do que colocar as datas para dar entrada nos pedidos, colocou também datas para concluir os processos.  Esta decisão foi absolutamente republicana e colocou uma gestão equiparada entre todas as IES, públicas e privadas.
Além disso, com a Instrução Normativa 1/2013, editada pela Secretaria de Regulação e Supervisão do Ensino Superior (SERES), foi criado um modo mais objetivo de se proceder a visitas de comissões verificadoras em polos de apoio presencial. Antes desta portaria as IES eram obrigadas a receber romarias de comissões em polos e que iam lá para ver as mesmas coisas. Desperdício de tempo, de dinheiro, e um retardo enorme para o País.

A melhor e mais importante novidade surgiu em maio de 2013, com a Nota Técnica 309, editada pela SERES, e que assumiu a validade dos indicadores do SINAES como suficientes para reconhecer ou não cursos de graduação a distância. A regra era clara, mas o MEC nunca tinha colocado em prática. A Lei 10.861  e o Decreto 5.773 permitem que o MEC utilize os conceitos do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (ENADE) e do CPC para efeito de regulação e de supervisão.  É assim no mundo inteiro. Se os alunos de um determinado curso fizeram o ENADE, e ficaram na média, ou acima da média nacional, é porque o curso está dentro dos conformes.
Que resultados isso pode produzir?
A regra foi aplicada e mais de 40 faculdades, universidades e centros universitários que estavam "congelados" pelo MEC desde 2008 tiveram cursos de graduação a distância reconhecidos e passaram a ter direito de pedir expansão em número de polos para poder crescer. Sem ter os polos é impossível para o aluno fazer as provas obrigatórias. Agora, todas as instituições que tiveram cursos credenciados vão poder expandir. Foi como a luz do Sol entrando pelas persianas do MEC. Valeu mais que o gol do Neymar na partida contra o Japão, no começo da Copa das Confederações.
Com as atitudes tomadas pelo MEC em 2013 teremos uma ampliação da oferta de EaD a partir de 2014. Grandes parcelas da população que não tinham ainda acesso à EaD passarão a ter. E, como novidade em metodologia e em tecnologia está o fato de que as principais instituições que trabalhavam com o modelo de 'aula uma vez por semana no polo' estão criando um segundo canal de entrega de cursos para os alunos, com um modelo 100% online.  Não significa que elas vão abandonar o modelo de tele-aulas ou de polos de apoio presenciais. Não é disso que se trata. O fenômeno é que elas também vão oferecer cursos 100% a distância, que é na verdade a essência da EaD contemporânea no mundo inteiro.
O governo tem agora que cumprir uma meta de chegar a 33% dos jovens entre 18 e 24 anos na graduação até 2020? Que contribuição a educação a distância pode dar?

O Governo Federal trabalhava até o final do governo Lula com a meta de chegar a dez milhões de alunos em 2020. Com a Dilma Rousseff na presidência a meta do novo Plano Nacional da Educação passou para 13 milhões de alunos na graduação em 2020, pois este seria o número compatível com 33% dos jovens de 18 a 24 anos naquela data. Em 2011, a EaD ocupava 992 mil das 6,7 milhoes de matrículas na graduação. Isto representava 14,75% do total de alunos desse nível.

Se de fato conseguirmos chegar aos dez ou treze milhões de alunos em 2020 poderemos ter na EaD algo como 1,5 milhão ou até mesmo dois milhões de alunos em graduação. Já seria uma contribuição imensa para o desenvolvimento do País.
Uma das questões em discussão é a liberação do FIES para alunos de cursos a distância, o que hoje é proibido. O que acontecerá com o mercado educacional quando isso for aprovado?
O futuro é uma incógnita, mas dá para admitir que a velocidade de crescimento da EaD pode crescer um pouco com o FIES. Não será um salto como já tivemos no passado, porque o mercado já é superofertante em algumas praças, que estão congestionadas. O preço das mensalidades da EaD é 50% menos na EaD em relação ao presencial, e isto foi um diferencial importante desde 2001 e até 2013. Mas, com o FIES no ensino presencial anunciando "estude agora e pague depois" o diferencial competitivo da EaD neste quesito de preço ficou muito prejudicado. Não existe justificativa para o MEC não colocar o FIES na EaD.
Este conjunto de medidas é uma real mudança de posicionamento do governo ou um ajuste pragmático? 
As mudanças que o MEC fez na regulação da EaD são uma resposta tardia, porém necessária. Se acreditarmos que elas são apenas pragmáticas, pontuais, estaremos fazendo o jogo de quem odeia a EaD e que deixou a bola parada tanto tempo. As atitudes da nova equipe da SERES têm sido consistentes desde o começo de 2012, com a nova velocidade na tramitação dos processos. Quando eles perceberam em 2013 que estavam presos a uma rede de malhas cruzadas, onde você entra e nunca sai, mudaram por completo. Esta é a minha convicção para que o trabalho das comissões de revisão do marco legal no MEC e no INEP seja de fato inovador.

Hoje o Brasil passa vergonha nos fóruns internacionais. Os conferencistas da Open Universty, de Athabasca, das universidades norte-americanas e da Ásia fazem conferências magistrais sobre como o cérebro do estudante funciona, sobre como fazer com que um conteúdo de alta complexidade seja apreendido pelos estudantes na educação a distância. E os antigos gestores da EaD no MEC chegavam e diziam com o peito cheio "temos 600 polos". Ao invés de trabalhar com aprendizagem, o MEC estava focado em estrutura física. Nem a EaD do século XIX pensava isso nos tempos iniciais na Inglaterra e nos Estados Unidos. Já em 1.890 a preocupação era com a plasticidade da aprendizagem.
Que setores no ambiente educacional serão os mais beneficiados com essas 
mudanças? 
Os maiores benefícios se dividem em quatro dimensões. Aprendizagem, pesquisa, tecnologia e competitividade. Na primeira delas, a da aprendizagem com flexibilidade, ganham os alunos e todo o país. Os alunos poderão estudar de onde estiverem, recebendo conteúdo digital e kits de experimentação para que mesmo em situações de isolamento possam desenvolver o seu conhecimento com apoio da estrutura didática remota da instituição, independente de ter que ir num polo uma vez por semana.
Na pesquisa, ganham os professores dedicados à pesquisa científica, que voltarão a ter liberdade ara investigar como estabelecer processos didáticos e com mediação por tecnologia para produzir nos alunos a melhor condição cognitiva, de atitudes e de aqisição de habilidades para aprendizagem.
Na inovação tecnológica, o Brasil perdeu praticamente uma década. Ainda que o 'modelo Cederj' esteja caindo de moda dentro do MEC, houve por seis anos o congelamento da liberdade de experimentação na EaD, provocando o desmonte de laboratórios avançados de inovação nas universidades públicas e privadas. A pesquisa mudou para as empresas que produzem educação corporativa, hoje muito à frente das universidades. Praticamente o único núcleo universitário preservado foi o da Univerisdade Federal do Ceará, onde o professor Mauro Pequeno conseguiu institucionalizar um departamento completo de EaD na universidade, e assim fugiu das amarras do MEC no período de 2007 a 2011. 

Quanto à última questão, na educação privada os efeitos da nova fase de regulamentação no MEC vão produzir uma nova onda de competitividade. Mais instituições serão credenciadas, e aquelas que já estão trabalhando direito e que têm bons indicadores de ENADE vão ter autorização para expandir. A competição pode garantir um preço baixo para os alunos. E a regulação pela qualidade verificada protege os interesses difusos da sociedade por uma educação de boa performance.
Fonte: http://www.acheseucurso.com.br/novas-regras-da-educacao-a-distancia-gerarao-competitividade-e-mais-vagas.aspx

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

PARA QUE SERVE REA? (RECURSOS EDUCACIONAIS ABERTOS)

Recurso Educacional Aberto (REA) - parte de um documento em desenvolvimento pela UNESCO/Commonwealth of Learning:

“Recursos Educacionais Abertos são materiais de ensino, aprendizado e pesquisa em qualquer suporte ou mídia, que estão sob domínio público, ou estão licenciados de maneira aberta, permitindo que sejam utilizados ou adaptados por terceiros. O uso de formatos técnicos abertos facilita o acesso e o reuso potencial dos recursos publicados digitalmente. Recursos Educacionais Abertos podem incluir cursos completos, partes de cursos, módulos, livros didáticos, artigos de pesquisa, vídeos, testes, software, e qualquer outra ferramenta, material ou técnica que possa apoiar o acesso ao conhecimento.” (2011)

1. Por que e para que REA

Uma breve revisão da literatura sobre REA aponta para algumas razões de porque REA deve ser algo relevante no dia a dia da educação:
• Para facilitar o acesso de todas as pessoas ao conhecimento;
• Para garantir a liberdade e a criatividade de produção;
• Para incentivar práticas de colaboração, participação e compartilhamento;
• Para levar a tecnologia para a sala de aula de uma maneira produtiva, planejada e que promova a ideia de autoria entre professores e alunos;
• Para incentivar que educadores e estudantes sejam reconhecidos como autores;
• Para aproveitar melhor os recursos públicos investidos em material didático que, se REA, estarão disponíveis a toda a sociedade;
• Para melhorar o uso dos impostos pagos por todos (âmbito público);
• Para permitir o acesso à educação a quem está na escola e a quem não está;
• Para melhorar o conteúdo que já existe e permitir que sejam apropriados e adaptados a realidades locais;
• Para uma educação de qualidade, acessível e que integre distintas formas individuais de aprendizagem;
• Para incentivar a produção de conteúdos locais;
• Para incentivar o compartilhamento de recursos de aprendizagem entre instituições, acadêmicos e dentro das comunidades de prática;
• Para permitir que o material didático e outros recursos pedagógicos sejam melhorados e compartilhados universalmente – local, nacional e globalmente – para apoiar a aprendizagem;
• Para incentivar o desenvolvimento e a utilização de ferramentas e processos de apoio à liberação de recursos abertos que irão melhorar a produtividade e a relevância por ser personalizável e adaptável tanto por acadêmicos quanto por estudantes;
• Para atuar como uma ferramenta de marketing, onde os alunos podem visualizar recursos produzidos por uma instituição antes de decidirem estudar nela;
• Para incentivar o compartilhamento de recursos de aprendizado entre instituições, acadêmicos e comunidades de pratica;
• Para permitir que materiais de ensino sejam melhorados a partir do compartilhamento e uso local, regional e global;
• Para encorajar o desenvolvimento, aceitação e adaptação de ferramentas e padrões técnicos abertos que têm o potencial de aumentar a produtividade local e o uso por professores e alunos;
• Para atuarem como uma ferramenta de marketing institucional.

2. Os REA podem diminuir os custos de acesso a educação ou mesmo quanto o governo gasta com material didático?

Sem duvida, e já existem dados disponíveis em países como os EUA. Lá, estados como Utah e Califórnia adotaram materiais didáticos REA e estão conseguindo organizar livros didáticos ao redor de U$ 5 dólares. Editoras que experimentam desenvolver ou utilizar REA para desenvolvimento de novos recursos educacionais também já têm conseguido diminuir o custo de livros universitários de U$ 175 dólares para U$ 40 dólares Veja uma discussão sobre esse assunto lá nos EUA aqui.

Fonte: http://www.rea.net.br/
“materiais de ensino, aprendizado e pesquisa em qualquer suporte ou mídia, que estão sob domínio público, ou estão licenciados de maneira aberta, permitindo que sejam utilizados ou adaptados por terceiros. O uso de formatos técnicos abertos facilita o acesso e o reuso potencial dos recursos publicados digitalmente. Recursos Educacionais Abertos podem incluir cursos completos, partes de cursos, módulos, livros didáticos, artigos de pesquisa, vídeos, testes, software e qualquer outra ferramenta, material ou técnica que possa apoiar o acesso ao conhecimento” .
Não se trata somente de material digital. Livros e outros materiais impressos também podem ser “abertos” no sentido que utilizamos aqui.
O conceito de REA é focado em dois princípios: licenças de uso que permitam maior flexibilidade e uso legal de recursos didáticos; e abertura técnica, no sentido de utilizar formatos de recursos que sejam fáceis de abrir e modificar em qualquer software. Nesse sentido os REA devem primar pelo que chamamos de “interoperabilidade” técnica e legal para facilitar o seu uso e reuso.
REA é um movimento relativamente novo, que está sendo guiado por professores, alunos e instituições de ensino. Ele oferece uma alternativa para os altos custos da educação.
Um exemplo que ilustra essas questões é o Livro Didático Público, desenvolvido pela Secretaria da Educação do Estado do Paraná. Ele nasceu de outro projeto, o Folhas , que incentivava a produção colaborativa de textos e conteúdos pedagógicos feita pelos professores do estado. Os professores foram convidados a pesquisar temas específicos de suas aulas, e escrever “folhas” (recursos) didáticas. Para isso, receberam remuneração e pontos na carreira. Dentre uma série de materiais desenvolvidos no Folhas, foram criados livros didáticos para cada área do conhecimento nos três anos do Ensino Médio. Ao contrário de um livro tradicional, esse material é aberto, publicado na Internet com uma licença de uso que permite ser baixado, impresso, modificado ou reorganizado por qualquer pessoa. Os livros têm alta qualidade de conteúdo e desenho gráfico. O projeto reduziu o custo do livro didático para o Estado, possibilitando que cada aluno recebesse uma versão impressa do livro. Neste exemplo, REA ofereceu oportunidade para a formação continuada dos professores de forma colaborativa e participativa. Além disso, proporcionou um material de alta qualidade que pode ser utilizado livremente, e adaptado às condições e interesse de professores ao redor do Brasil (sua licença de direito autoral assim o permite). A política pública do Estado determinou que o acesso e a liberdade são essenciais para a aprendizagem e para o uso pleno desses recursos educacionais.
Como vimos no exemplo acima, o movimento REA vai além de recursos: é um processo de engajamento com os recursos didáticos, focando em:
  • usar e adaptar o que foi criado por outros para o seu próprio uso;
  • compartilhar o que você cria, sozinho ou em conjunto com outros professores/alunos;
  • compartilhar novamente o material que você adaptou, de forma que outros usuários possam ser beneficiados.


Fonte: http://educacaoaberta.org/wiki/index.php/O_que_%C3%A9_REA

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Recurso Educacional Aberto (REA) - Continuando

Recurso Educacional Aberto (REA) - parte de um documento em desenvolvimento pela UNESCO/Commonwealth of Learning:

“Recursos Educacionais Abertos são materiais de ensino, aprendizado e pesquisa em qualquer suporte ou mídia, que estão sob domínio público, ou estão licenciados de maneira aberta, permitindo que sejam utilizados ou adaptados por terceiros. O uso de formatos técnicos abertos facilita o acesso e o reuso potencial dos recursos publicados digitalmente. Recursos Educacionais Abertos podem incluir cursos completos, partes de cursos, módulos, livros didáticos, artigos de pesquisa, vídeos, testes, software, e qualquer outra ferramenta, material ou técnica que possa apoiar o acesso ao conhecimento.” (2011)

CONCEITO DE RECURSOS EDUCACIONAIS ABERTOS

6. Todos os recursos educacionais oferecidos gratuitamente são REA?

Existe um equívoco comum que é pressupor que se o conteúdo é disponibilizado gratuitamente, pode ser considerado “conteúdo aberto” ou um Recurso Educacional Aberto.
Este equívoco é provavelmente baseado em uma mistura dos conceitos de “acesso gratuito” (do termo em inglês “free access”) e do conceito de “acesso aberto” (do termo em inglês “open access”). Este equívoco também pode estar baseado na tradução da palavra “free” do inglês para o português, que, dependendo do contexto, pode assumir o conceito de “gratuito” – como acima – ou o conceito de “livre/liberdade”.
De qualquer forma, quando um usuário acessa um conteúdo de “acesso gratuito”, ele somente poderá utilizar aquele conteúdo na exata forma em que estiver disponível – por exemplo, lê-lo na tela de seu computador. Nenhum outro direito de uso e recombinação é dado ao usuário do conteúdo gratuito. Muitas vezes tais conteúdos seguem acompanhados de notas como “todos os direitos reservados” (do termo em inglês “all rights reserved”) ou licenças muito restritivas, como a Creative Commons tipo(Veja mais sobre).
Por sua vez, recursos educacionais abertos são recursos de “acesso aberto”, ou seja, disponibilizados por licenças abertas menos restritivas, como uma Creative Commons tipo, que permitem diversos usos. Neste caso o autor ou o detentor dos respectivos direitos autorais sobre aquele recurso educacional decide compartilhar parte de seus direitos patrimoniais com a sociedade. Por isso dizemos que REA são materiais de aprendizado livremente disponíveis para uso, recombinação, e redistribuição.
Em suma, todos os REA são recombináveis pois o acesso a tais recursos educacionais é aberto, e muitas vezes eles também serão gratuitos (), mas nem todos os materiais gratuitos são REA.

7. Todos os REA devem ser obrigatoriamente gratuitos ou de acesso gratuito?

Não. É verdade que a maioria dos projetos financiados por contribuições voluntárias e por instituições filantrópicas ou, em casos como os EUA, financiados com recursos públicos () são de acesso aberto e gratuitos.
Entretanto, ao lado dos recursos filantrópicos, uma série de modelos institucionais de sustentabilidade evem sendo desenvolvidos.
Em alguns casos, são baseados em publicidade e o acesso permanece gratuito, como também ficam gratuitos muitos REA produzidos via financiamento coletivo.
Em outros casos, valores – geralmente mais baixos que de recursos não REA – são cobrados para acesso à unidade do REA, ou por serviços associados como para sua impressão ou download em um celular ou tablet. Entretanto, mesmo nestes casos, quase sempre uma versão online será gratuita, ou encontrar-se-á gratuita em outra fonte.
Aqui no Brasil e em outros países, por exemplo, unidades de livros impressos já são vendidas a preços mais acessíveis e na contracapa consta uma licença do Creative Commons, permitindo a cópia ou mesmo a produção de obras derivadas, como traduções
Em suma, REA têm a ver com liberdades em relação a direitos e nem sempre a gratuidade.

8. Cabe remuneração ao criador do recurso educacional aberto quando seu recurso é revendido?

Isso dependerá da licença autoral – e dos termos de uso que muitas vezes a acompanham – adotada quando o autor publicou seu REA em site próprio ou outro projeto ou repositório REA.
Lembrando que, a obra estando disponível pela Internet, a revenda só ocorrerá em decorrência de agregação de valor pelo revendedor, ou quando a fixação em suporte material serve um propósito a despeito do acesso gratuito pela Internet.
Quanto às licenças, caso a licença adotada possua a restrição “NC” (uso Não-Comercial) a regra geral é que usuários não poderão utilizar aquele REA com finalidades comerciais – como por exemplo imprimir uma apresentação e revendê-la. Neste caso, o interessado em explorar a obra comercialmente deverá entrar em contato com o autor ou detentor dos direitos autorais daquela obra e negociar uma licença especifica para aquela finalidade comercial.
Caso o autor tenha licenciado seu REA com uma licença mais flexível, como a CC-BY ou a CC-BY-SA, o uso comercial é permitido e as licenças não trazem nenhuma obrigação de contraprestação ao detentor dos direitos sobre aquela obra.
Porém, nenhuma licença impede a remuneração do autor ou detentor dos direitos sobre a obra. Além do retorno não monetário em oportunidades e valorização adquiridos com a popularização do seu trabalho, muitos autores disponibilizam suas obras em sites que promovem modelos de financiamento coletivo, contribuições voluntárias e doações (como o Jamendo – ver outros em nosso índice de), ou com a venda de versões diferenciadas(como colorida, branco-e-preto, áudio, etc) e para diferentes dispositivos de leitura, como celular ou tablet (como é o caso da editora americana Flat World Knowldge).
Nesses casos, o autor e o detentor dos direitos sobre a obra são remunerados independentemente da licença.

Fonte: http://educacaoaberta.org/wiki/index.php/O_que_%C3%A9_REA e Fonte: http://www.rea.net.br/

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

REA - Você sabe o que é?

Recurso Educacional Aberto (REA) - parte de um documento em desenvolvimento pela UNESCO/Commonwealth of Learning:

“Recursos Educacionais Abertos são materiais de ensino, aprendizado e pesquisa em qualquer suporte ou mídia, que estão sob domínio público, ou estão licenciados de maneira aberta, permitindo que sejam utilizados ou adaptados por terceiros. O uso de formatos técnicos abertos facilita o acesso e o reuso potencial dos recursos publicados digitalmente. Recursos Educacionais Abertos podem incluir cursos completos, partes de cursos, módulos, livros didáticos, artigos de pesquisa, vídeos, testes, software, e qualquer outra ferramenta, material ou técnica que possa apoiar o acesso ao conhecimento.” (2011)

CONCEITO DE RECURSOS EDUCACIONAIS ABERTOS

1. O que é educação aberta?

Conforme a Declaração Sobre Educação Aberta da Cidade do Cabo a educação aberta é um movimento emergente de educação que combina a tradição de partilha de boas ideias com colegas educadores e da cultura da Internet, marcada pela colaboração e interatividade. Esta metodologia de educação é construída sobre a premissa de que todos devem ter a liberdade de usar, personalizar, melhorar e redistribuir os recursos educacionais, sem restrições. Educadores, estudantes e outras pessoas que partilham esta visão estão unindo-se em um esforço mundial para tornar a educação mais acessível e mais eficaz.
A expansão global da coleção de recursos educacionais abertos criou um terreno fértil para o esforço da educação aberta. Esses recursos incluem materiais licenciados abertamente, planos de aulas, livros, jogos, softwares e outros materiais de apoio ao ensino e aprendizagem. Eles contribuem para tornar a educação mais acessível, especialmente quando o dinheiro para aquisição de materiais de aprendizagem é escasso. Eles também nutrem o tipo de cultura participativa, de desenvolvimento, partilha e cooperação que a rápida evolução das sociedades do conhecimento precisam.
No entanto, a educação aberta não está limitada apenas a recursos educacionais abertos. Também se baseia em tecnologias abertas que facilitam a aprendizagem colaborativa e flexível e na partilha de práticas de ensino que capacitam educadores permitindo que esses se beneficiem das melhores idéias de seus colegas. Por fim, a educação aberta pode incluir novas abordagens de avaliação, acreditação e aprendizagem colaborativa. Compreender e adotar inovações como estas é fundamental para a visão de longo prazo deste movimento.
Existem muitos obstáculos para realizar esta visão. A maioria dos educadores ainda não está a par da existência de um vasto e crescente grupo de recursos educacionais abertos, ou não os utilizam de forma plena. Muitos governos e instituições de ensino não têm conhecimento ou não estão convencidos dos benefícios da educação aberta. As diferenças entre as formas de licenciamento de recursos abertos cria confusão e incompatibilidade. E, claro, muitas regiões do mundo ainda não têm acesso aos computadores e redes que são essenciais para a maioria dos atuais esforços para a educação aberta.
Estes obstáculos podem ser superados, mas só se trabalharmos em conjunto. Leia mais na Declaração Sobre Educação Aberta da Cidade do Cabo.

2. O que são Recursos Educacionais Abertos?

REA são materiais de ensino, aprendizado e pesquisa, fixados em qualquer suporte ou mídia, que estejam sob domínio público ou licenciados de maneira aberta, permitindo que sejam utilizados ou adaptados por terceiros.

3. Sobre o que se apoia REA?

Três são os elementos principais de REA: conteúdos de aprendizado, ferramentas técnicas e recursos para implementação.
Conteúdo de aprendizado: são os conteúdos em si, como cursos completos, materiais de cursos, tópicos de um conteúdo, metodologias de ensino e aprendizado, exercícios, temas de aprendizagem, coleções, periódicos, etc.
Ferramentas: softwares para auxiliar a criação, entrega, uso e melhoria do conteúdo de aprendizagem aberto, incluindo busca e organização do conteúdo, sistemas de gerenciamento de conteúdo e de aprendizagem, ferramentas de desenvolvimento de conteúdo, e comunidades de aprendizado online.
Recursos para implementação: são as licenças de propriedade intelectual para promover a publicação aberta de materiais e das ferramentas, estabelecer princípios e localização de conteúdo, como indexação, arquivamento etc.

4. Quais são as quatro liberdades dos REA?

As quatro liberdades mínimas dos REA – os “4Rs” (review, reuse, remix e redistribute) – são as permissões concedidas aos usuários que acessam esses recursos. São elas:
• Usar: compreende a liberdade de usar o original, ou a nova versão por você criada com base num outro REA, em uma variedade de contextos;
• Aprimorar: compreende a liberdade de adaptar e melhorar os REA para que melhor se adequem às suas necessidades;
• Recombinar: compreende a liberdade de combinar e fazer misturas e colagens de REA com outros REA para a produção de novos materiais;
• Distribuir: compreende a liberdade de fazer cópias e compartilhar o REA original e a versão por você criada com outros.
Em função dessas 4 liberdades essenciais de REA, restrições como ND (Não-a-obras-Derivadas) não são aceitáveis para REA, e restrições como NC (Não-Comercial) podem ser problemáticas.
Recursos educacionais licenciados usando uma licença Creative Commons com a restrição ND não são REA.

Fonte: http://educacaoaberta.org/wiki/index.php/O_que_%C3%A9_REA e Fonte: http://www.rea.net.br/

domingo, 7 de dezembro de 2014

IFET - Inscrições abertas EaD 2015

Cursos Técnicos a Distância, para o 1º semestre de 2015
 e respectivos Polos de Apoio Presencial.

As inscrições para o Processo de Seleção para ingresso nos Cursos Técnicos na
modalidade a distância no 1º semestre de 2015, deverão ser efetuadas, exclusivamente,
pela internet, no site http://copese.ifsudestemg.edu.br, no período de 03 de novembro de
2014 a 11 de janeiro de 2015. O candidato poderá buscar atendimento para realização da
inscrição online nos polos de apoio presencial. O endereço e o horário de atendimento nos
polos de apoio presencial estão listados no Anexo II e disponibilizados no site
http://copese.ifsudestemg.edu.br.

POLOS CURSOS

POLOS 
 CURSOS


1. Além Paraíba
Transações Imobiliárias.



2. Alfenas
Agropecuária Finanças
Gerência em Saúde
Logística Secretariado
Serviços Públicos.
3. Barbacena
Agropecuária
Leite e Derivados
Informática para Internet.
Secretariado
4. Bicas Finanças
Informática para Internet
Reciclagem.


5. Boa Esperança
Reciclagem
Segurança do Trabalho.
Gerência em Saúde

6. Carangola
Serviços Públicos.



7. Cataguases
Eventos
Informática para Internet
Alimentos
Reciclagem.
8. Divino
Segurança do Trabalho.



9. Guaxupé
Administração



10. Ilicínea
Transações Imobiliárias.
Eventos


11. Juiz de Fora
Logística
Redes de Computadores.
Gerência em Saúde

12. Leopoldina
Administração
Leite e Derivados.
Agroecologia

13. Lima Duarte
Zootecnia.



14. Matias Barbosa
Secretariado



15. Muriaé
Administração
Zootecnia.
Agroecologia

16. Ponte Nova
Redes de Computadores
Zootecnia.
Alimentos

17. Porteirinha
Leite e Derivados
Meio Ambiente
Segurança do Trabalho.
Finanças
18. Rio Pomba
Transações Imobiliárias.
Redes de Computadores


19. Santana do Garambéu
Agropecuária.



20. São João Nepomuceno
Secretariado.
Alimentos


21. Timóteo
Serviços Públicos.
Administração


22. Tombos
Agroecologia.
Administração


23. Três Pontas
Eventos
Administração


24. Ubá
Logística
Segurança do Trabalho.
Finanças

Edital: http://copese.ifsudestemg.edu.br/sites/default/files/Edital_18_EAD_RETIFICADO.pdf

Inscrições: http://sistemas.ifsudestemg.edu.br/selecao/index.php?centro=inscricao_ead/novo_candidato