sábado, 25 de janeiro de 2014

Que tal unirmos tecnologia adaptativa e projetos?

Tom Vander Ark escreve muito. No portal Getting Smart, que ele fundou e toca com alguns parceiros, tem artigo dele quase todos os dias. Sobre tudo que estiver relacionado ao universo de educação e tecnologia: startups com propostas diferentes, novas ferramentas, dicas digitais para professores, políticas públicas educacionais, casos bem sucedidos de redes que resolveram inovar. Mas seus textos são apenas parte de uma relação antiga com educação. Ark já foi superintendente da rede pública de Washington, ajudou a Fundação Bill e Melinda Gates a estruturar a área de educação, lançou há cinco anos o primeiro fundo de investimentos voltado à educação, o Learn Capital, é tesoureiro da iNACOL (International Association for k-12 Online Learning) e é membro do conselho de algumas dezenas de instituições do ramo da edtech.
Com a credencial de quem já transitou em posições-chave por tantos ambientes, em conversa com o Porvir, Ark descreve a tecnologia como um grande amplificador de oportunidades e aponta os movimentos que tem visto ganhar força em educação. “Existem duas coisas que parecem opostas, mas eu adoro a ideia de usá-las juntas: o aprendizado adaptativo e o baseado em projeto”, diz o autor, que é um entusiasta das mudanças que têm usado a tecnologia para colocar o interesse do aluno no centro do aprendizado. Ele fala de ensino híbrido, da troca dos tablets por Chrome Books, da conexão de professores em rede como forma de promover o desenvolvimento profissional.
Confira abaixo as principais trechos da entrevista.
crédito Divulgação

O senhor tem uma trajetória muito ligada a tecnologia na educação. Que impacto os recursos tecnológicos podem ter nos processos de ensino e aprendizagem?
A coisa mais interessante sobre tecnologia é que ela é um amplificador. Ajuda professores e pais a cumprirem melhor seus papéis. A tecnologia pode aumentar as oportunidades, mas para isso são necessárias duas coisas: 1) o acesso ubíquo à internet de banda larga, garantindo que todo mundo no Brasil ou nos EUA tenha acesso à internet em casa, no trabalho ou na escola; 2) temos que garantir que todos os jovens tenham acesso a um aparelho ligado à internet, pelo menos um smartphone. Aí eles terão acesso 24 horas por dia, sete dias por semana, a essas ferramentas. É um passo importante em direção à equidade. Parece até que precisa de muito dinheiro, mas nos permitiria criar, até nas áreas mais pobres do Brasil, acesso a uma excelente educação. Poderemos ter escolas de ensino fundamental e médio ótimas, que mesclem ensino on-line e presencial e motivem os estudantes a começar a trilhar um caminho para a universidade.
O senhor mencionou o potencial do ensino híbrido, aquele que mescla momentos on-line e offline. Mas ele já foi medido o suficiente? Dá para apostar nele como uma estratégia?Essa é uma estratégia relativamente nova. Mas ferramentas de tecnologia individuais já estão disponíveis, em alguns casos, há dez anos. Os resultados do ST Math, do Mind Research Institute, são interessantes. O ST Math é um game visual de matemática e pode ser usado por estudantes de qualquer lugar do mundo porque não usa nenhuma palavra. É independente de idiomas. Só nos EUA, vem sendo usado em 800 escolas, por mais de 500 mil alunos em dezenas de cidades há mais de 10 anos. Ele funciona em um modelo de laboratório rotacional que o aluno usa por 40 minutos, de três a cinco vezes por semana. O modelo dobrou a proficiência dos estudantes. Ele é uma coisa simples, com a relação custo-benefício alta, porque você pode ter um computador para cada quatro crianças. Ou ter um laboratório compartilhado pelo qual as crianças rotacionam, como fazem naRocketship, a escola com melhor performance da Califórnia.
O ensino híbrido é possível em sistemas inteiros?É a única forma de oferecer qualidade em escala de maneira confiável no Brasil ou nos EUA. Estamos começando a ver sistemas públicos inteiros fazerem usos muito interessantes da tecnologia por todas as suas escolas. Estamos vendo um uso mais consistente em redes de escolas, como nas decharter schools, ou em outras redes, como a New Tech Network, da qual participam 130 escolas de todo os EUA. Essas escolas começaram a fazer parte da rede, passaram a usar aprendizado baseado em projetos e plataformas on-line. A implementação é possível para distritos e redes de escola.
Entrevista com Tom Vander Arkcrédito Porechenskaya / Fotolia.com

Existem duas coisas que parecem opostas, mas eu adoro a ideia de usá-las juntas: o aprendizado adaptativo e o baseado em projetos. Adoro a ideia de usar produtos adaptativos estimulantes para preparar os alunos a criar projetos realizados essencialmente em grupo.
Além do aprendizado híbrido, tem alguma outra tendência na educação que você acredite muito?Existem duas coisas que parecem opostas, mas eu adoro a ideia de usá-las juntas: o aprendizado adaptativo e o baseado em projetos. Adoro a ideia de usar produtos adaptativos estimulantes para preparar os alunos a criar projetos realizados essencialmente em grupo. Projetos bem construídos podem ser uma nova forma de aprender. Com as novas tecnologias, é possível combinar o aprendizado baseado em interesse e o desenvolvimento personalizado de habilidades. Cada estudante tem uma trajetória de aprendizado única. Na escola do futuro, espero que eles passem os dias em projetos motivantes em equipe, produzindo coisas para a vida real, participando da cultura Maker. Tudo isso tem que ser parte do dia. A Summit é uma das escolas que conheço que melhor faz isso.
Como alguém que já trabalhou com governos, fundações, investidores e empreendores, como você vê a entrada de tantos stakeholders em educação? Existe mais gente hoje interessada no tema?Eu comecei meu fundo há cinco anos. Nós éramos um dos poucos voltados para a educação. Agora há alguns fundos e todas as empresas de venture capital têm investidores focados em educação. A maior parte das fundações está investindo em inovação. O mais legal dos últimos três anos é a inundação de talentos na área. A garotada mais inteligente das melhores universidades está criando startups de educação. Educação tem atraído investimento e talentos.
Quais são as startups que têm chamado a sua atenção?Uma das empresas que a gente apoia é a Edmodo, uma plataforma de aprendizagem social. É um ótimo exemplo de como aprender tem se tornado algo muito mais social, centrado no estudante. Uma das coisas que exploramos na Edmodo e em outros sites é essa comunidade de aprendizagem profissional, que permite aos professores se conectarem uns com os outros, aprender e compartilhar. Existem centenas de comunidades muito grandes dentro do Edmodo, mas existem também empresas comoMastery Connect, que é um espaço em que os professores compartilham avaliações. A Learn Zillion é outra empresa em que os professores trocam videoaulas entre si. Isso acabou se tornando uma estratégia muito interessante de desenvolvimento profissional. A Bloomboard outra de nossas empresas, é um sistema gratuito de observação e avaliação.
Ao falar de ensino adaptativo, estou muito empolgado com o que tem sido feito pela I Ready, um sistema para o ensino fundamental que tem leitura e matemática. A Dream Box é outra plataforma de ensino adaptativo de matemática muito boa.
Uma coisa que já vimos acontecer em 2013, mas veremos ainda mais em 2014, é um alargamento das metas, que não vão ficar apenas para leitura e matemática. Isso vem da compreesão de que o sucesso na vida requer perseverança e habilidades sociais, como a de lidar com o outro
Dentre tudo isso que tem aparecido, o que deve estar presente na educação neste ano?Veremos uma extensão dessas coisas sobre as quais estamos falando, já que há mais investimentos sendo feitos por investidores e fundações. Uma coisa que já vimos acontecer em 2013, mas veremos ainda mais em 2014, é um alargamento das metas, que não vão ficar apenas para leitura e matemática. Isso vem da compreesão de que o sucesso na vida requer perseverança e habilidades sociais, como a de lidar com o outro. Vamos ver mais escolas e governos prestando atenção nessas habilidades.
Vamos ver também  uma explosão no conteúdo aberto, que será usado por mais escolas. Também teremos uma continuação do uso dos tablets, apesar de eu achar que esse aumento vai diminuir um pouco por causa dos Chrome Books.  Vamos ver ainda mais escolas apostando no BYODGlossário compartilhado de termos de inovação em educação . Até 2013, a maior parte das escolas proibia o uso de telefones celulares. Até o fim do ano, acho que a maioria vai permitir que os alunos levem os telefones, mas deve estabelecer uma política sobre como, onde e por que usar. Além disso, o aprendizado on-line vai continuar a crescer. Ele aumentou cerca de 50% nos EUA e acho que isso vai continuar.
O desenvolvimento das habilidades socioemocionais é algo que nos preocupa. Você conhece ferramentas capazes de estimulá-las e, depois, avaliá-las?Há dez dias eu escrevi sobre outras habilidades importantes e detalhei algumas ferramentas nessa área. Estou escrevendo um guia para os sistemas da nova geração. Ele vai trazer estratégias para acompanhar o desempenho acadêmico, mas também estamos olhando para as inteligências socioemocionais, como podemos estimulá-las e avaliar sua evolução. Na Summit, eles chamam isso de “hábitos de sucesso”. Provavelmente eles são o melhor exemplo de uma rede que se comprometeu em dar feedback sobre essas habilidades importantes.
Fonte: http://porvir.org/porpensar/tal-unirmos-tecnologia-adaptativa-projetos/20140116

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Brasil pegou firme no ensino online

O papel da tecnologia na educação teve uma inflexão importante em 2013: a velocidade com que soluções inovadoras chegaram ao ensino e o impacto que tiveram na aprendizagem mudou de patamar. Um aspecto importante dessa pequena “revolução” chegou com força ao Brasil: a disseminação de conteúdo de alta qualidade de forma aberta e gratuita. Inicialmente restrito aos Estados Unidos, os Moocs (cursos abertos massivos online em sua sigla em inglês) começaram a ganhar o mundo. O Coursera, maior provedor de Moocs do mundo, com 85 universidades e quase 6 milhões de alunos, e o edX, união de MIT e Harvard, ficaram mais próximos do Brasil. Com seus primeiros cursos traduzidos para o português, o Coursera viu o número de alunos aqui aumentar 90%.
Um dos professores mais assistidos do mundo, Michael Sandel, do curso Justiça, de Harvard, criou sua primeira sala de aula global, em que alunos de cinco países, incluindo o Brasil, puderam assistir aulas e debater simultaneamente. Muito além de transmitir aulas online, em 2013, os Moocs inovaram nas experimentações para aumentar a retenção de estudantes (menos de 10% dos inscritos concluem o curso).
Inteligência artificial para corrigir questões dissertativas, peer grading – os colegas de curso corrigem as tarefas – e uma gama enorme de exercícios e fóruns de apoio aos alunos fizeram com que a interação dos alunos com as plataformas avançasse significativamente. Nesse mercado, o Brasil foi mais do que mero consumidor. A startup Veduca lançou os primeiros Moocs brasileiros, com professores da USP e do ITA.
Plataforma instrutiva
Em novembro, Google e Fundação Lemann juntaram forças para lançar o YouTube Edu, plataforma organizada e com curadoria, que oferece gratuitamente as melhores vídeo-aulas de professores brasileiros. Com mais de 8 mil aulas e focada inicialmente no ensino médio, a plataforma cobrirá os 12 anos do ensino básico e vai realizar concursos para identificar os melhores professores de todo o Brasil em 2014.
O uso das ferramentas online para estudar já começa a entrar também no cotidiano dos candidatos ao Enem. O desafio Geekie Games, no qual estudantes se prepararam para o exame em uma plataforma adaptativa, teve mais de 500 mil alunos inscritos. Se o acesso a tanto conteúdo de alta qualidade certamente ajuda os alunos que querem melhorar sua formação, a maior novidade talvez seja a incorporação da tecnologia dentro das salas de aula.
No Brasil, a experiência de maior alcance é a da Khan Academy: mais de 10.000 alunos, de 8 a 10 anos de idade, de escolas públicas do Ceará ao Paraná puderam aprender matemática com o auxílio de uma plataforma de exercícios, vídeos e colaboração online. Os professores têm informação em tempo real sobre os alunos e podem incorporar à sua estratégia de aula maneiras de garantir o progresso de cada aluno.
Cenário promissor
A partir de janeiro, a plataforma ficará aberta gratuitamente na internet e chegará a 100 mil alunos. Estamos ainda no começo. Formar os professores, avaliar os efeitos na aprendizagem, melhorar a experiência para o usuário e garantir infraestrutura de qualidade para que a internet chegue de verdade às escolas são alguns dos enormes desafios pela frente.
É claro também que estas novidades são fruto de um processo que não é recente. Ha décadas pesquisadores e professores trabalham para trazer soluções para a educação e utilizar o potencial da tecnologia para melhorar o ensino.
Mas o alcance da internet e a abertura das redes de ensino para a inovação criam um atual cenário poderoso e promissor, que nos faz acreditar que o grande impacto da tecnologia na educação ainda está por vir.
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Denis Mizne é diretor executivo da Fundação Lemann

Fonte: http://www.observatoriodaimprensa.com.br/news/view/_ed779_brasil_pegou_firme_no_ensino_online

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Um pouco mais sobre Aprendizagem/Ensino Adaptativo e Plataformas Adaptativas

 

Plataforma Adaptativa

São plataformas inteligentes que usam softwares que propõem atividades diferentes para cada aluno, sob medida, a partir de suas respostas e reações às tarefas. Nelas, os estudantes têm acesso a diversas experiências de aprendizado, tais como games, vídeos, textos, exercícios, atividades em grupo recebendo, em tempo real, feedback sobre seu próprio desempenho. Essa mensuração de desempenho também é usada para traçar um mapa de conteúdos, que vai cruzar as disciplinas para que ele consiga avançar simultaneamente em cada uma delas.
Confira abaixo o vídeo de apresentação da Knewton, uma das maiores plataformas adaptativas do mundo, em inglês:

 Fonte: http://porvir.org/wiki/plataforma-adaptativa


quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Porvir reúne dicas sobre inovações

Ao longo de quase dois anos de existência, o Porvir acumulou bastante conteúdo sobre experiências, ferramentas, pessoas e ideias inovadoras em educação. Dentre esses quatro grandes temas cobertos pela equipe, um formato de texto tem sido destaque de acesso e leitura: as dicas. São serviços, listas, sugestões de vídeos, palestras, passo a passos, cursos que estão abertos, Moocs que vale a pena conhecer etc. Eles são apresentados em posts diretos ao ponto que têm feito sucesso entre os leitores.
Na busca por organizar todo o material que já produzimos e categorizarmos futuros textos em um único espaço, inauguramos hoje a seção Dicas. Na home do site, logo abaixo do menu principal, você poderá clicar no botão que leva para lista das últimas notas publicadas, da mais recente para a mais antiga. Também será possível acessar as dicas mais curtidas pelos leitores e ainda aquelas mais tuitadas. A ideia é facilitar a busca por esses serviços na plataforma, reunindo tudo em um só lugar.
crédito Daniel Ernst / Fotolia.com
Na nova seção, estarão reunidos hits de audiência, como o curso gratuito on-line para produção de artigo científico lançado pela USP no último ano. A dica teve o maior número de acessos e de comentários de 2013 e apontou uma demanda por cursos com o objetivo de auxiliar pesquisadores e estudantes na elaboração e estruturação de artigos acadêmicos. 
As curadorias de aulas realizadas pela equipe do Porvir também estão disponíveis na seção. É o caso da matéria 7 Videoaulas para Treinar para o Enem, que selecionamos e publicamos na época em que o MEC (Ministério da Educação) lançou o novo guia do participante do Enem, com novidades para a redação.
E não são só cursos e videoaulas. O Dicas também vai trazer listas com nomes e ideias que merecem ser conhecidas e que valem reflexão. Estamos falando, por exemplo, da lista de 8 Mulheres que Revolucionaram a Educação, que trouxe nomes conhecidos, como da médica e pedagoga Maria Montessori, denfensora da educação para vida, além de outros menos famosos, como o da psicanalista russa Sabrina Spielrein. 

Esperamos que essa novidade facilite o uso dos recursos disponíveis na plataforma do Porvir
Fonte: http://porvir.org/porpensar/nova-secao-porvir-reune-dicas-sobre-inovacoes/20140115

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Ensino adaptativo molda o conteúdo ao aluno



A tecnologia mudou o modelo de comunicação entre as pessoas, transformou seus métodos de trabalho e a transmissão da informação. Mas o procedimento educacional é o mesmo há muitos anos. Por quê? Cláudio Sassaki, fundador plataforma educacional Geekie defende o uso do ensino adaptativo para personalizar o ensino e, assim, permitir que os alunos alcancem melhores resultados em seu aprendizado. Sassaki falou sobre o tema durante Série de Diálogos O Futuro de Aprende, promovida pelo Inspirare, Porvir e Fundação Telefônica Vivo.
Ensino adaptativo, esclarece Sassaki, é o processo de aprendizagem que usa softwares capazes de propor atividades diferentes para cada aluno, conforme sua necessidade. “O professor dá a mesma aula, com os mesmos livros, usando o mesmo discurso para uma sala para cem pessoas. Entretanto, duas pessoas não aprendem da mesma forma”, disse ele durante evento sobre educação e tecnologia promovido pelo Instituto Inspirare, pelo Porvir e pela Fundação Telefônica Vivo na terceira edição da Série de Diálogos O Futuro se Aprende. “Em vez de o aluno se adaptar, o conteúdo se adapta a cada pessoa. Uma tecnologia que identifique como cada pessoa aprende e evolua conforme a pessoa vai evoluindo também”, completou.
Veja o vídeo da palestra de Sassaki.

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

120 mil vagas em cursos gratuitos no RJ

Inscrições podem ser feitas até 4 de fevereiro, pela internet

Faetec abre mais de 120 mil vagas em cursos gratuitos no Rio  


RIO - Estão abertas as inscrições para as 123.687 vagas da Fundação de Apoio à Escola Técnica (Faetec), instituição vinculada à Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia do Rio. São 101.981 oportunidades em qualificação profissional, voltados para as exigências do mercado de trabalho, e as demais são para Atividades Artístico-Culturais e Físico-Esportivas. Os interessados têm até 4 de fevereiro para concorrer às vagas, pelo site, no link “Inscrições para os cursos FIC de Qualificação Profissional”.

Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/educacao/faetec-abre-mais-de-120-mil-vagas-em-cursos-gratuitos-no-rio-11371820#ixzz2rGS2IswA 

domingo, 19 de janeiro de 2014

Instituto inverte sala de aula para professores

Ensinar de modo inovador e fazer com que o modelo seja passado a diante é o novo desafio do Instituto Singularidades, especializado em formação e capacitação de professores. A organização, este ano, vai propor aos seus alunos um novo método de aprendizagem, que inspirado em modelos e experiências internacionais, vai tentar inverter a sala de aula – os estudantes aprenderão em casa o conteúdo e o espaço da escola será usado para dúvidas e experimentação.
“Para melhorar as condições de aprendizagem dos nossos alunos, fomos pesquisar o que existe no mercado internacional, as inovações no modelo de ensino acadêmico. Nas escolas que visitei nos Estados Unidos e que temos como referência, como HarvardMITBabson College e Olin College, o flipped classroom [ou sala de aula invertida] elevou a taxa de aprendizado dos alunos em 30%. O que mostrou que eles aprendem e se desenvolvem mais por meio dessa metodologia”, afirma Claudio Oliveira, diretor-geral do Instituto Singularidades.
crédito Kantver / Fotolia.comInstituto inverte sala de aula para professores
sala de aula invertida Glossário compartilhado de termos de inovação em educação propõe que os alunos estudem os conteúdos antes das aulas, por meio de videoaulas ou outros recursos interativos como games. Assim, a sala é usada para a realização de exercícios, projetos e atividades em grupos, otimizando o tempo do professor para tirar dúvidas, aprofundar temas e estimular discussões. E é essa experiência que os próprios futuros educadores vão viver na pele antes de aplicar o modelo.
“Queremos uma sala de aula ativa e interativa. Invertendo a lógica tradicional de organização educacional o aluno ganha mais autonomia de aprendizado e o papel do professor deixa de ser o de especialista e passa a ser o de tutor, de facilitador, no sentido de ajudar o aluno a desenvolver seus projetos em sala”, diz. Os próprios docentes do instituto tiveram que passar por um treinamento de quatro meses para se prepararem para aplicar essa metodologia e se familiarizarem com a plataforma de compartilhamento de conteúdo que vai ser usada.
Para Claudio, a grande sacada desse modelo é a nova organização das turmas. Os alunos não serão mais enfileirados, com carteiras voltadas para um único professor no quadro-negro. No novo modelo eles passam a ser divididos em grupos espalhados pela sala e o professor circula entre as mesas acompanhando as atividades e tirando dúvidas. “Outra coisa interessante é que não vamos mais ter a divisão por séries. As turmas têm capacidade para até 90 alunos, vamos misturar todos os períodos para trabalharem conjuntamente em projetos e atividades.”
Para o professor Valdir Carlos Silva, coordenador do curso de matemática do Singularidades, trabalhando por projetos e colaborativamente, os alunos irão desenvolver habilidades como comunicação e senso crítico e inovador. “Os professores formados por esse modelo vão estar preparados para enfrentar e resolver problemas, não apenas para serem transmissores de conteúdos e reprodutores desses problemas. A postura é proativa, o aluno sai preparado para lidar de forma inovadora com os problemas do mercado.”

A expectativa do Singularidades é de que os professores formados por meio do método impactem também outras salas de aula pelo país. “Esses novos modelos já são aplicados faz tempo nos Estados Unidos e vão tomar conta do mercado brasileiro nos próximos anos. No nosso caso, por sermos formadores de professores, precisamos começar a trabalhar nesse modelo para que os nossos alunos possam se apropriar desse conhecimento e assim consigam transformar as escolas onde irão atuar futuramente”, argumenta Claudio.
Fonte: http://porvir.org/porfazer/instituto-inverte-sala-de-aula-para-professores/20140123
Parece EaD ou é impressão minha? :)