sábado, 30 de novembro de 2013

Celular e Educação

Faltam livros nas escolas públicas de Uganda e para incentivar a leitura entre jovens estudantes, a operadora de telefonia MTN criou anúncios impressos em jornais, com imagens de livros pedagógicos que trazem um código exclusivo. Pelo celular, os estudantes podem digitar o código do livro e assim baixar uma cópia gratuita para ler no dispositivo. O projeto foi chamado de "The Everywhere Library" O uso do celular passou a ser considerado ferramenta útil para transformar o cenário da educação de regiões subdesenvolvidas, como Índia e a África. Fatores econômicos e demandas sociais fazem da África hoje uma das principais regiões no mundo com projetos de m-learning (aprendizado pelo celular). Atualmente há mais telefones celulares em toda a África do que nos Estados Unidos. Em 2012, o número de pessoas com uma assinatura de telefone celular na África chegou a 650 milhões.
"Nessas áreas, o salto direto para a tecnologia móvel pode ser mais útil quando se fala em educação. Para os outros cursos a distância, o celular é uma saída normal, mas o EAD tem que pensar em aula para todas as plataformas e formatos. Quando já se tem isso, a próxima etapa é disponibilizar esse conteúdo no mobile", avalia diz José Manuel Moran, doutor em comunicação pela USP e coordenador de EAD da universidade Anhanguera.

M-learning: o futuro da educação na África?

De acordo com um relatório de 2012 da GSMA, associação comercial que representa 800 operadoras de telefonia móvel no mundo, hoje há 475 milhões de conexões móveis na África subsaariana, seja em zonas urbanas, rurais e comunidades mais isoladas, contra 12,3 milhões conexões de telefonia fixa. 
"Os africanos têm dispositivos móveis e os dispositivos móveis podem enriquecer a educação", diz Mark West, da equipe de projetos de m-learning da Unesco, em Paris. "O desafio agora é ajudar as pessoas a alavancar a tecnologia que eles já têm (ou podem obter no futuro) para fins educacionais. Muitas pessoas ainda os veem como a antítese de aprendizagem. Nossa pesquisa indica o contrário: a tecnologia móvel, quando adequadamente integrada, pode ser um poderoso aliado quando se trata de educação", completa.
Segundo West, as duas demandas educacionais mais urgentes na África hoje são o acesso à educação e a qualidade do ensino. Das 57 milhões de crianças não estão na escola primária, e 42,2 milhões delas estão na África.
"No Quênia, 9% das mulheres ainda são analfabetas depois de seis anos de escolaridade formal, e apenas 30% são semi-alfabetizadas. Os números são chocantes, mas são maiores em outros países. Encontrar maneiras de ajudar essas mulheres que têm tido o direito a educação negado é vital. Então, acesso é apenas metade da questão".

Na visão do especialista, a tecnologia pode, em essência, abri novas oportunidades que não existiam no passado, ciente de que ela, sozinha, não resolverá todos os problemas. "Essas possibilidades significam que os alunos devem começar a aprender através de telefones celulares em vez de escolas? Claro que não. Contudo, na ausência de escolas, celulares podem fornecer um leque de recursos de aprendizagem. Idealmente, a tecnologia móvel complementa e melhora o ensino das escolas por professores altamente qualificados", diz West.
Nenhum professor gosta de ver seus alunos distraídos durante a aula, atraídos por mensagens, vídeos e redes sociais no celular. No entanto, a imagem do celular como um vilão da educação está ficando para trás. Especialistas em ensino a distância já consideram o celular um aliado da educação por sua facilidade de acesso.
No Brasil, são exemplos de projetos iniciativas como o ProDeaf, aplicativo para celulares Android que traduz tudo o que você escrever ou falar para libras (língua de sinais usada por pessoas surdas e mudas) e ainda a parceria de uma operadora de telefonia celular com o professor Pasquale, que tira dúvidas de português da escola ou do trabalho pelo celular. 
Outras incluem cursos de idiomas e de outras áreas via smartphones, além de projetos pelo mundo como o Nokia Mobile Mathematics, criado na África apoiar o ensino de matemática.
A tendência do mobile learning, ou m-learning, ganha força quando se avalia o número de celulares no mundo: entre 2000 e 2012, ele subiu de um bilhão para seis bilhões. Até o final de 2013, a previsão é de que esse número alcance quase sete bilhões, o que significa que os celulares serão quase o mesmo número de habitantes do mundo, segundo a UIT (União Internacional de Telecomunicações). 
O projeto EcoMUVE, da Universidade de Harvard, ajuda crianças do ensino médio a aprender sobre ambiente e conceitos de ciências, biologia e geologia pelo smartphone. Durante excursões e visitas a ecossistemas, os estudantes podem utilizar o celular para explorar informações e armazenar dados sobre o local como temperatura, pH da água e topografia. O programa interativo integra recursos de GPS e combina o ensino de ciências a experiências no mundo real "Precisamos começar a integrá-los no cotidiano escolar. Enquanto instrumento de informação e comunicação, o celular tem o potencial inquestionável de viabilizar o acesso a dados e colocar pessoas em contato", diz Antonio Carlos Xavier, professor da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco) do Núcleo de Estudos de Hipertexto e Tecnologias Educacionais.
Para Gil Giardelli, especialista em inovação digital e professor da ESPM, o celular é hoje objeto inseparável do educador. "Se o educador se posicionar como um curador de conteúdos e enviar materiais que despertam o interesse do aluno no trânsito, nas filas e em seus momentos de micro-tédios, ele consumirá e compartilhará o conteúdo do professor e entraremos na era do fim da aula cronometrada e do espaço concreto, onde alunos aprenderão no seu tempo e espaço".
Exemplos de como os professores podem usar o celular nas aulas não faltam. Desde lembretes de tarefas, sugestões de leituras e de programação cultural, exercícios preparatórios, entre outras dicas que podem ser enviadas por torpedo, como para pesquisas rápidas na internet, consulta a dicionários e a gravação de entrevistas em áudio ou em vídeo feitas pelos alunos com posterior debate das respostas.
Independente da iniciativa, José Manuel Moran, doutor em comunicação pela USP e coordenador de EAD da universidade Anhanguera, aponta que o alto custo e a baixa qualidade da conexão à internet são os principais obstáculos ao m-learning. "O custo do acesso à banda larga ainda é muito caro. A maioria dos dispositivos só pode ser acessada online, as conexões nem sempre favorecem o conteúdo postado, então é preciso um acordo com as companhias de telefonia para que o custo da internet seja mais barata e a conexão melhorada, pelo menos nos projetos em áreas mais pobres".

No Brasil, uso de celular para aprendizagem de idiomas é destaque

No Brasil, o uso do celular ou smartphones como recursos pedagógicos é bastante novo. Além dos exemplos citados no início, Xavier destaca o bom uso que escolas de idiomas vêm fazendo da ferramenta. Muitas operadoras de telefonia já apostam em cursos de idiomas por SMS.
Da UFPE, Xavier cita dois trabalhos que orientou em 2012 onde as pesquisadoras realizaram experimentos com o uso do celular para o ensino de inglês. Em um deles o aluno interagia com um avatar em um aplicativo que simulava situações de viagens para o exterior, e no outro, feito com aprendizes de inglês de uma escola pública do ensino médio, os alunos recebiam tarefas por torpedo, gravavam textos em inglês para testar a pronúncia e realizavam buscas em dicionários "baixados" em aparelhos celulares. 
"Os resultados de ambas as investigações apontaram para um significativo aumento do interesse dos estudantes pela aprendizagem da língua inglesa, quando havia atividades para serem realizadas no e com o celular. Perceberam uma nítida ampliação de vocabulário e melhoria na pronúncia entre os estudantes que participaram das pesquisas", diz o professor.
Para Giardelli¸ o Brasil ainda tem poucos exemplos de projetos envolvendo celular e educação, mesmo existindo demanda para isso. "No Brasil, infelizmente temos um grupo intitulado 'Geração Nem, Nem', que nem estuda, nem trabalha e nem procura emprego. São milhões de jovens hoje entre 14 e 24 anos. Pesquisas indicam que estes jovens já estiveram na sala de aula e abandonaram os estudos. Estou certo de que em um país com mais de 200 milhões de celulares, a tecnologia nos ajudará  a fazer uma revolução educacional".

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Plataforma Khan Academy ganha versão em português

O célebre professor Salman Khan e a Fundação Lemman anunciaram nesta terça-feira (12), em São Paulo, que os alunos brasileiros ganharão uma versão da Khan Academy, com videoaulas, exercícios de matemática para o ensino fundamental e relatórios de desempenho disponíveis em português. Ainda em fase de testes, o novo portal só poderá ser acessado por um grupo de desenvolvedores e convidados por enquanto. A partir de 20 de janeiro, contudo, a plataforma será aberta para todo e qualquer usuário. A meta inicial da Lemman e de um conjunto de ONGs parcerias é alcançar pelo menos 100 mil estudantes de escolas públicas. Elas esperam, com o uso da plataforma, contribuir para a melhoria do aprendizado de matemática no país. Hoje, apenas 36% dos estudantes dos primeiros anos do ensino fundamental apresentam desempenho adequado na disciplina, segundo dados do Todos pela Educação.
E o caminho escolhido para alcançar tal objetivo é o da personalizaçãoGlossário compartilhado de termos de inovação em educação. Isso porque, além de contar com o auxílio dos milhares de exercícios on-line e das videoaulas que já vinham sendo traduzidas para o português pela Fundação Lemann, agora os educadores e os próprios estudantes que utilizarem o novo ambiente virtual poderão monitorar a evolução do seu aprendizado a partir da lógica das plataformas adaptativasGlossário compartilhado de termos de inovação em educação. Ou seja, os conteúdos a serem trabalhados no portal se adaptam ao nível de aprendizado de cada aluno e todo o desempenho do estudante pode ser representado por medalhas e insígnias. Além disso, os alunos conseguem checar o seu próprio mapa de conhecimento, que detalha visualmente o que ele já aprendeu do universo de assuntos que ele precisa dominar.
crédito eka panova / Fotolia.com
“Sabemos que a plataforma não é a solução para todos os problemas da educação. Mas essa possibilidade de personalizar o aprendizado é um dos caminhos da educação do futuro. Acreditamos que um dos principais diferenciais oferecido pela plataforma é o relatório de acompanhamento. Com ele, o professor consegue ter acesso em tempo real ao desempenhos de cada um dos seus alunos de forma detalhada. Sobre o anúncio desta terça, resolvemos abrir a plataforma para que ela seja testada e assim possamos receber críticas e sugestões de melhoria”, afirma Denis Mizne, diretor geral da Fundação Lemann.
A riqueza de detalhes do relatório é tamanha que o professor consegue até monitorar quantos segundos o aluno precisou para responder determinada questão ou ainda se ele precisou acionar a opção de dicas, presente nos problemas que surgem durante o trajeto sugerido para cada aluno pela plataforma. “Dá para ver o perfil completo de acesso, erros e acertos do estudante. Isso permite o professor agir na mesma hora que o problema surge. Além do mais, oferece mais autonomia para o aluno, já que ele tem a liberdade de seguir adiante, sempre acompanhando seu desempenho contabilizado em pontos”, explica Daniela Caldeirinha, coordenadora de projetos da instituição.
Tal acompanhamento será possível já a partir do primeiro acesso, quando o aluno fará um teste de diagnóstico de conhecimento. Após responder cerca de 10 perguntas, a plataforma identifica as habilidades que o estudante já domina dentro do campo da matemática e informa o nível de proficiência na disciplina. Ao todo, foram catalogados cerca de 500 habilidades relativas a conteúdos da disciplina. Assim, o aluno só consegue avançar nas questões propostas pela ferramenta se conseguir dominar aqueles assuntos mais básicos, fundamentais para a resolução das demais questões.
A lógica do pré-teste e todas essas possibilidades de personalização seguem o mesmo padrão adotado plataforma-mãe norte-americana. O novo portal em português difere apenas da versão em inglês pela limitação dessas possibilidades ao conteúdo de matemática. O lançamento, contudo, consolida a estratégia de internacionalização da Khan Academy pelo mundo. “No mês passado lançamos nossa versão em espanhol no México. Logo, a versão espanhol e a portuguesa foram as primeiras. No ano que vêm será a vez da francesa, e depois as versões em árabe e mandarim”, antecipou Salman Khan, que participou do evento por meio de videoconferência.
Segundo Khan, no entanto, o desafio ainda é incentivar os professores a se beneficiarem com as vantagens do ensino híbridoGlossário compartilhado de termos de inovação em educação. “Existem professores que adotam a plataforma imediatamente. Mas, por enquanto, ainda são uma minoria. Os professores que não encontram tempo nem sequer para testá-la precisam entrar em contato com aqueles que já utilizam. O nosso grande objetivo não é substituir a aula presencial, é torná-la mais produtiva”, diz Khan.
Mesmo com o lançamento da nova plataforma em português, o atual sitecom os mais de 1.000 vídeos traduzidos pela Lemann continua ativo. Além disso, o projeto Khan nas Escolas, que leva formação aos educadores e distribui computadores portáteis aos alunos, também continua. Assim, a rede de ensino municipal ou estadual que tiver interesse em participar dessa formação para melhor usufruir, tanto do atual site quanto da nova plataforma, deve entrar em contato direto com a Fundação Lemann.
Assista ao vídeo para saber mais sobre as ideias do Khan:

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Graduação !sanduíche" em 20 países - inscrições prorrogadas até 6 de dezembro

Da:
CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior

Chamadas de graduação-sanduíche em 20 países têm inscrições prorrogadas até o dia 6 de dezembroPDFImprimirE-mail
Publicada por Coordenação de Comunicação Social da Capes   
Sexta, 29 de Novembro de 2013 17:34
O programa Ciência sem Fronteiras anuncia nesta sexta-feira, 29, a prorrogação do prazo de inscrição das novas chamadas para graduação-sanduíche. Ao todo são 20 países de destino: Reino Unido, Bélgica, Canadá, Holanda, Finlândia, Austrália, Nova Zelândia, Coréia do Sul, Espanha, EUA, Alemanha, França, Itália, Suécia, Noruega, Irlanda, China, Hungria, Japão, Áustria. O novo prazo para inscrições agora vai até 6 de dezembro.
A bolsa concedida aos candidatos selecionados custeará a permanência do aluno pelo período de até doze meses para realização de estudos em tempo integral. Além da mensalidade na moeda local, são concedidos auxílio instalação, seguro-saúde, auxílio deslocamento para aquisição de passagens aéreas e auxílio material didático, para compra de computador portátil ou Tablet.
A interlocução com o Programa Ciência sem Fronteiras, inclusive para candidatos com dificuldades no acesso ao formulário de inscrições, deverá ser realizada via protocolo Fale Aqui.
Além da mudança no prazo para inscrição, outros itens das chamadas foram retificados. O edital completo, com suas alterações, encontra-se disponível na página do programa Ciência sem Fronteiras.

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Youtube organiza canais educativos em um só endereço

O Youtube Edu tem por enquanto apenas conteúdo para ensino médio e pré-vestibular.

22/11/2013
O site de vídeos Youtube lançou ontem, em São Paulo, uma página na qual selecionou alguns dos canais educativos que já constam do site, organizados por enquanto em cinco temas (Matemática, Biologia, Física, Língua Portuguesa e Química). Esses vídeos referem-se principalmente ao conteúdo de pré-vestibular e enino médio e os internautas são convidados a participar do novo endereço postando também seus vídeos educativos.

A ideia é disponibilizar conteúdo em língua portuguesa para uso não só de alunos por meio da internet, mas também de professores em salas de aula presenciais. A equipe do Youtube Edu é composta de dezesseis professores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e do Sistema Poliedro, que dão consultoria e ajudaram a selecionar os vídeos.

A iniciativa é uma parceria com a Fundação Lemann, responsável pela edição, no Brasil, dos vídeos da Khan Academy.


Visite a nova página sobre educação do Youtube aqui.

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Baixa instrução não impede ajuda de pais para filhos

O apoio e o interesse da família estimulam as crianças a estudar

Fonte: Gazeta do Povo (PR)

No Brasil, 50,8% dos chefes de família são Analfabetos ou têm apenas o Ensino fundamental, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na semana passada. Porém, a baixa Escolaridade não impede que os pais ajudem o filho nas tarefas e acompanhem de perto a sua vida Escolar. Nesses casos, aumenta ainda mais a responsabilidade da Escola de dar suporte ao Aluno para que ele fique em pé de igualdade com o restante da turma.
Se a família não entende nada do que o filho está aprendendo, só o fato de mostrar interesse e de conferir se ele está fazendo o que foi pedido pelo Professor já serve como estímulo para que o Aluno aumente seu comprometimento Escolar. Isso serve para todo o Ensino fundamental, mas a criança dará mais importância ao que os pais pensam nos primeiros anos de Escola. Se ela perceber que a família valoriza a Educação, a tendência é ter um bom desempenho.
Um Aluno cuja família tem maior grau de instrução tende a ter melhores notas, pois a formação é, segundo a gerente de Planejamento Estratégico do movimento Todos Pela Educação, Andrea Bergamaschi, uma combinação entre o que a Escola ensina com o que os pais indicam e incentivam os filhos a ler, escutar, assistir e discutir. “Para aqueles que não têm esse suporte, a Escola vai compensar estimulando mais a leitura, além de provocar discussões sobre assuntos diversos, desde o desenho a que o Aluno assiste até o que os jornais estão mostrando.”
Superando dificuldades
Na Escola Estadual Manoel Ribas – que atende principalmente moradores da Vila das Torres, em Curitiba –, a pedagoga Jaqueline Ferraza consegue perceber em todos os anos Escolares quando a família acompanha de perto a vida Escolar do filho. Mesmo com situação socioeconômica frágil e baixa Escolaridade familiar, é possível encontrar muitos pais e mães que fiscalizam as tarefas e até conseguem aprender com os filhos. “O que esses filhos aprendem na Escola acaba sendo uma fonte de conhecimento para os pais”, comenta.
A inspetora da Escola, Leila Sentone, é um caso de mãe que supera dificuldades da baixa instrução para ajudar a filha Isabela, 16 anos, e a neta Bianca, 11 anos. Se elas não conseguem entender algum assunto, Leila pede auxílio ao marido. “Quando minha filha estava no Ensino fundamental era muito mais fácil ajudar, entender ou pelo menos ter alguma noção do conteúdo. No Ensino médio é mais difícil”, conta.
Ler adianta formação em um ano e meio
Além de conferir de perto os deveres de casa e valorizar o estudo, a melhor maneira de os pais promoverem uma melhora no desempenho Escolar do filho é ler para ele na fase de Alfabetização, entre os 5 e 6 anos. No Brasil, apenas 37% das famílias fazem isso, segundo dados da Fundação Itaú Social. E para essa tarefa não são necessárias alta Escolaridade e bagagem cultural, apenas Alfabetização.
Dados da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, feita pelo Instituto Pró-Livro, mostram que a principal influência na leitura de uma pessoa vem das mães e que a maior parte delas concluiu apenas os primeiros anos do Ensino fundamental. “Nesses casos, a formação é irrelevante. Só o ato de contar uma história cria um impacto profundo na vida da criança. Depois disso, ajuda se o adulto discutir o que foi lido, pedir que a criança crie um novo final, que imagine outras possibilidades para aquele enredo”, comenta o Professor do programa de pós-graduação em Educação da Universidade Tuiuti Joe Garcia.
Quando os pais se comprometem com essa atividade de leitura, a criança avança em média um ano e meio na Escolarização. Ou seja, é como se ela estivesse cognitivamente uma série e meia na frente da que está.
Simples, mas necessário
Confira algumas dicas que auxiliam os pais a incentivarem o filho ao estudo:
- Mostre interesse pelo que ele aprendeu na Escola. Pergunte como foi o dia, de quais atividades ele mais gostou e peça detalhes. Relembrar o que foi aprendido ajuda a memorizar.
- Na hora de sentar com o filho para estudar, tente ler um pouco do conteúdo para ele. Isso tornará o assunto mais atrativo.
- Separe um espaço fixo em casa para estudar, assim como um horário. A rotina facilita o aprendizado.
- Discuta com a criança ou o jovem o que está passando no jornal, no cinema ou até a letra de uma música. Estimule-os a exporem suas ideias.
- Incentive-os a perguntar em sala de aula, a questionar o Professor quando houver dúvidas.
Sem interferir
Educadores defendem que a função dos pais não é corrigir tarefas, já que podem ensinar algo errado em um desses momentos. "Eles têm um papel mais afetivo do que cognitivo. Estão ali para estimular, despertar interesse", diz o Professor de Educação da Universidade Tuiuti, Joe Garcia. A correção é papel do Professor.

Fonte: http://www.todospelaeducacao.org.br/comunicacao-e-midia/educacao-na-midia/24600/baixa-instrucao-nao-impede-ajuda-de-pais-para-filhos/

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

MEC vai dar bolsas para professores do ensino médio

Ideia é usar o mesmo formato do programa que incentiva alfabetizadores; ministério vai mostrar mais detalhes 


O Ministério da Educação (MEC) vai lançar um programa de bolsas de formação para professores do ensino médio com o objetivo de melhorar essa fase do ensino. Seguindo o modelo do Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (Pnaic), o projeto vai dar bolsas também aos orientadores das escolas, coordenadores regionais e das secretarias de Educação e docentes das universidades - responsáveis pela formação de profissionais. Também haverá desenvolvimento de material específico.
O programa seria lançado nesta quarta-feira, dia 20, mas foi adiado pelo MEC por problemas de agenda, segundo a assessoria de imprensa da pasta. O anúncio deve ocorrer na segunda-feira.
O projeto é uma ação do MEC com o Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), que discutem a reforma da etapa desde o ano passado. Hoje, 86% da oferta de ensino médio cabe às redes estaduais.
A pasta já anunciou criação de 30 mil bolsas para alunos do ensino médio que queiram ser professores de matemática, física, química e biologia. O MEC e o Consed também articulam a mudança da base curricular para áreas (linguagens, matemática, ciências da natureza e ciências humanas), como é o Enem.
Os detalhes sobre o número de bolsas e orçamento serão apresentados em Brasília na semana que vem. No Pnaic, cuja meta é alfabetizar as crianças até os 8 anos, a previsão é gastar R$ 2,7 bilhões até o ano que vem. Professores alfabetizadores recebem bolsas de R$ 200, mas os pagamentos aumentam dependendo da função. O País tem 8 milhões de alunos na fase de alfabetização.
Já no ensino médio, são cerca de 5,5 milhões matrículas - o que representa 52% dos jovens entre 15 a 17 anos. Outros 25% dos adolescentes nessa faixa etária estão atrasados. Mais de 1,5 milhão de adolescentes dessa idade estão fora da escola. Além disso, o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) do ensino médio estagnou em 2011 - nos anos iniciais, o indicador havia mostrou crescimento.

Para a diretora da ONG Todos Pela Educação, Priscila Cruz, a formação é necessária, mas uma reforma é essencial. "O modelo de 13 disciplinas, igual para todos, está comprovadamente equivocado. Não responde ao mundo atual e ao jovem", diz ela, que participou dos debates na Câmara dos Deputados sobre alteração da organização dos currículos do ensino médio. Além de indicar novo desenho da grade, o relatório preliminar aponta para criação de escolas vocacionadas para determinadas áreas e ênfase na formação profissional.

domingo, 24 de novembro de 2013

Projeto obriga pais a acompanharem desempenho dos filhos na escola

Pela proposta discutida no Senado, pais serão multados se não forem ao colégio a cada dois meses

Fonte: Agência Senado

O pai ou responsável que não comparecer à escola e acompanhar o desempenho de seu filho poderá ser punido. Projeto de lei com esse objetivo já recebeu parecer favorável e está pronto para ser votado na Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado.
O senador Cristovam Buarque (PDT/DF), autor da proposta, afirma que a educação é um direito de toda criança e que a participação dos pais é essencial no processo educativo. “A escola sozinha não consegue cumprir integralmente o papel de formadora. A educação não se faz apenas pela escola, isolada da responsabilidade e da ação dos pais no acompanhamento do desempenho de seus filhos”, afirma.
A proposta prevê que o responsável deva comparecer na escola, seja ela pública ou privada, pelo menos uma vez a cada dois meses. Será considerada presença o comparecimento em reuniões de pais e mestres, ou conversas individuais com o professor, sempre atestadas pela direção da unidade estudantil.
Para o relator do projeto, senador João Capiberibe (PSB/AP), o fato de os pais matricularem seus filhos em escolas não tira a responsabilidade deles de monitorar e acompanhar o desenvolvimento educacional da criança ou do adolescente.
Penalidade
As penalidades para o não cumprimento da lei serão as mesmas previstas no Código Eleitoral para quem deixa de votar. Dentre elas, uma multa de 3% a 10% sobre o salário-mínimo, além da proibição de inscrição em concurso público, receber salário ou participar de cargos públicos; solicitar empréstimos em estabelecimentos de crédito mantidos pelo governo e obter passaporte ou carteira de identidade.
Em pesquisa feita pelo Alô Senado, a população diverge sobre o assunto. Para o cidadão Leonardo dos Santos Marques Gomes, de Ivinhema (MS), a proposta é positiva.
"Eu concordo com essa iniciativa, pois tem muitos pais que se omitem em saber como anda o desempenho do filho na escola. Na grande maioria das escolas, ocorre de apenas de um pai aparecer nas reuniões, o que é lamentável. Apoio em 100%. Pai preocupado com o filho é educação garantida e Brasil produzindo com qualidade", afirmou Leonardo.
No entanto, Lidiane Lima Santos, de Belo Horizonte (MG), é contrária à proposta. Ela afirma que muitos pais, para proporcionar um bom estudo a seus filhos, trabalham em dois empregos, o que em sua opinião dificulta a presença deles nas escolas.
"São muitos impostos e o salário é pouco, por isso muitos optam por trabalhar em mais de um lugar para dar estudo às crianças. Qual é a hora que esse pai ou mãe vai conseguir ir à escola do seu filho?", critica Lidiane Santos.
Após analise da Comissão de Educação, a matéria segue para a de Constituição, Justiça e Cidadania em caráter terminativo.

Fonte: http://www.todospelaeducacao.org.br/comunicacao-e-midia/educacao-na-midia/24667/projeto-obriga-pais-a-acompanharem-desempenho-dos-filhos-na-escola/