sábado, 30 de janeiro de 2016

UNESCO - Precisa-se de professores até 2030

UNESCO anuncia a necessidade de 8 milhões de professores no mundo até 2030

Funiber professora

Um dos objetivos da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) é universalizar o acesso ao ensino fundamental no mundo inteiro até 2030. Para isso, de acordo com o relatório A teacher for every child: projecting global teacher needs from 2015 to 2030serão necessários 8 milhões de novos professores: 3 milhões nos anos iniciais e 5 milhões nos anos finais do ensino fundamental.
De acordo com a UNESCO, 58% dos países atualmente não têm professores suficientes para universalizar o acesso à educação primária e projeções indicam que 30% ainda não terão um número suficiente de educadores em 2030.
A região que se encontra em pior situação, segundo o relatório, é a África subsaariana, que necessitará de 2,1 milhões de novos professores nos anos iniciais e de 2,5 milhões nos anos finais. Um dos fatores que mais afeta a dimensão dessa necessidade é o elevado crescimento populacional em idade escolar, sendo que a proporção de alunos por professor é maior do que 100 para 1 em alguns países.
Outro dado importante é a contratação de professores sem a qualificação requerida pelos governos locais, como mostra e documento Education for all global monitoring report de 2015. O Brasil, por exemplo, apresenta 22% dos professores da Educação Básica sem formação adequada; são profissionais sem curso superior ou com diploma em outras áreas, segundo dados do Censo Escolar de 2012.
Valorização dos professores
A UNESCO indica que um dos principais motivos para a falta de professores é a crescente desvalorização da profissão em grande parte do mundo. Uma pesquisa da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico feita em 15 países em 2013 aponta que menos de 33% dos professores acreditam ter uma profissão valorizada pela sociedade – em 2008, eram 60%. Além disso, o valor dos salários tem impacto direto sobre o prestígio e a atratividade da profissão. A experiência de países que conseguiram elevar o status dos professores aponta que o caminho passa por melhorias na formação e nos salários.
Finlândia é um caso paradigmático da valorização social do profissional da educação. O curso universitário de preparação de professores é o que exige a nota mais elevada: mais de nove sobre dez. Além disso, a seleção valoriza a realização de trabalhos voluntários, experiência profissional, estudos paralelos e inclui a realização de uma entrevista em que o professor deve apresentar o resumo de um livro, realizar uma prova de matemática e outra sobre o uso das TIC, deve demonstrar aptidões artísticas, saber se comunicar, ter uma atitude social e ter empatia. Somente 10% dos interessados conseguem entrar na universidade e os finlandeses acreditam que só devem chegar os melhores.
Sem dúvidas, a Formação de Professores é um elemento fundamental para aumentar a valorização do profissional da educação e para alcançar os objetivos de universalização do ensino.
Foto: Alguns direitos reservados por STJ

sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Diretores de escolas: entre a gestão e a liderança pedagógica


Funiber diretores

Pesquisador do Instituto de Estudos Peruanos apresenta um retrato da realidade dos diretores, que se dividem entre a tarefa administrativa e a liderança escolar.

O dia a dia dos diretores da maioria das escolas da América Latina é caracterizado por um descompasso entre a liderança pedagógica, presente no discurso, e as tarefas administrativas, necessárias ao bom funcionamento da gestão educativa.
Ricardo Cuenca, diretor e pesquisador do Instituto de Estudos Peruanos (IEP), falou sobre este tema em uma conferência no Seminário Internacional Liderança e Inovação na Educação, realizado em São Paulo em setembro deste ano.
Apesar de haver aumentado a ideia de liderança pedagógica por parte dos diretores nos últimos anos, Ricardo Cuenca afirma que na América Latina este novo papel ainda disputa espaço com uma ideia antiga, que limita a atuação do diretor à gestão de documentos e rotinas administrativas.
De acordo com Estudos da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico(OCDE) e da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) apresentados por Cuenca, o diretor é considerado como um dos fatores mais importantes para o êxito da escola. Mas a prática é diferente e, longe de exercer um papel de liderança, mais da metade do trabalho realizado pelos diretores latino-americanos – e estabelecido em normas – ainda é de caráter administrativo. Além disso, há poucas políticas de formação específicas para esses profissionais, não há representação sindical específica nem plano de carreira e escalas salariais.
Para que esta situação mude, o pesquisador sugere a adoção de uma liderança distribuída entre diretores e gestores, acompanhada de uma redefinição do papel do diretor a partir da realidade e dos instrumentos presentes no dia a dia das escolas.
Durante a conferência, Cuenca indicou ainda qual seria o perfil geral dos diretores de escolas da América Latina, de acordo com dados da UNESCO:
– Tem 47 anos de idade, em média
– Está no cargo há 9,8 anos
– É mulher (62,5%)
– Trabalha em área urbana (56,6%)
– Trabalha em escola pública (71,6%, com exceção do Chile)

Fonte: http://blogs.funiber.org/pt/formacao-professores/2015/12/11/funiber-diretores-escolas-entre-gestao-lideranca-pedagogica

quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Wikipédia como recurso nas universidades

Funiber wikipedia universidades

Enciclopédia livre que nasceu em meio à desconfiança de professores hoje é considerada uma aliada de objetivos docentes

Há 15 anos nasceu Wikipédia, a enciclopédia virtual cujo conteúdo é elaborado de forma livre e coletiva entre os seus usuários. No início, seu uso gerou muita desconfiança entre os professores, que estavam acostumados a trabalhar com informações retiradas de livros ou enciclopédias físicas, as quais usufruíam de prestígio e reconhecimento acadêmico.
A grande questão de aceitar as informações da Wikipédia como referências era a dúvida respeito à sua fiabilidade, aliada à inexistência da figura concreta de editor, que pudesse controlar os conteúdos publicados. Por isso, durante muitos anos a Wikipédia foi ignorada ou desprezada em sala de aula, em sentido contrário ao caminho dos alunos, que passaram a utilizá-la de forma cada vez mais frequente.
Mudança
De acordo com Eduard Aibar, coautor do Guía de Buenas Prácticas para el uso docente de Wikipedia en la Universidad, “as coisas mudaram nos últimos anos e agora inclusive existe uma minoria crescente de professores que, ao invés de ignorar o uso intensivo da Wikipédia por parte dos alunos, passaram a utilizá-la como uma ferramenta para realizar atividades docentes nas aulas“.
Para medir essa transformação e conhecer mais sobre os usos reais da Wikipédia feitos pelos professores, foi realizado um estudo com 3.000 docentes. E a resposta foi surpreendente: a maioria deles é usuária frequentequase tanto como os estudante, só que esta informação normalmente não é revelada.
Grande parte dos entrevistados estimula os alunos a melhorarem as entradas da Wikipédia e a escreverem eles mesmos novos artigos, sobre algum tema relacionado à matéria. O maior estímulo é ver que, ao publicar na Wikipédia, os seus trabalhos ganham transcendência e não ficam guardados no computador ou restritos às atividades em sala.
Aibar defende também que, ao preparar um novo artigo para a Wikipédia, os alunostrabalham competências básicas, como “a capacidade de síntese, de informar-se bem antes de escrever, de consultar muitas fontes de informação e de aprender a se comunicar com um público general”.
Por isso, ao invés de olhar a Wikipédia com desconfiança, Aibar propõe que os docentes tentem utilizá-la como uma ferramenta para alcançar os objetivos docentes. Com a colaboração da comunidade de “wikipedistas”, que faz um controle constante sobre o que é publicado, há um ambiente propício para a elaboração de artigos de qualidade.
O uso de plataformas de conhecimento colaborativo tende a aumentar nos próximos anos. P
Foto: Todos os direitos reservados

Fonte: http://blogs.funiber.org/pt/formacao-professores/2016/01/21/funiber-wikipedia-recurso-universidades

terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Um retrato da educação

Funiber educação desigualdades

Relatório Education at a Glance de 2015 revela aumento de desigualdades socioeconômicas

Em setembro de 2015, líderes mundiais se reuniram em Nova York para definir quais são os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas para os próximos 15 anos. Durante o encontro, entre os aspectos mais destacados estavam o papel central da educação para o alcance de tais objetivos e a necessidade de oferecer uma educação de qualidadepara todos, baseada na inclusão, na equidade e na oferta de oportunidades de aprendizado ao longo da vida.
No entanto, pouco tempo depois da definição de tais objetivos, a Organização para a Cooperação Econômica e Desenvolvimento (OECD) publicou um relatório chamado Education at a Glance 2015, em que mostra o aumento das desigualdades socioeconômicas em mercados que valorizam cada vez mais o nível de formação e a aquisição de competências.
Entre as desigualdades citadas no relatório, encontra-se aquela que relaciona a taxa de emprego com a escolaridade:
– adultos com doutorado: 90% de taxa de emprego
– adultos com ensino superior: 80% de taxa de emprego
– adultos com estudos pós-obrigatórios: 70% de taxa de emprego
– adultos com ensino médio: 60% de taxa de emprego
Os salários também variam de acordo com a escolaridade, sendo que os adultos com ensino superior apresentaram um aumento de 10% em apenas um ano, fato que estimula os jovens a se interessarem cada vez mais pela universidade. Do total de jovens entre 25 e 34 anos, 41% concluiu o ensino superior.
O relatório revelou também a desigualdade de gênero no mercado laboral. Indica que para as mulheres é mais difícil conseguir um trabalho e a taxa de desemprego o demonstra: 43% estão desempregadas frente aos 32% dos homens. O salário também é desigual entre os gêneros: as mulheres ganham em média 85% do que recebem os homens e no âmbito universitário esta proporção é de 79%.
Um dos principais elementos identificados como possíveis causadores deste aumento das desigualdades socioeconômicas foi a diminuição do investimento público no setor educativo, que levou à redução de salários, de bolsas e de possibilidades de desenvolvimento profissional para os professores. Neste contexto, os menos beneficiados foram os alunos, que passaram a receber uma educação com menos qualidade e com menos possibilidade de desenvolvimento das competências necessárias para a vida.
Foto: Todos os direitos reservados

segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Aprendizagens significativas


Fórum Internacional discute as principais questões que influenciam as aprendizagens em sala de aula

Aprender não significa simplesmente conhecer algo novo. De acordo com David Paul Ausubel, aaprendizagem significativa implica o estabelecimento de uma conexão entre a novidade e os conhecimentos previamente assimilados pelos indivíduos. Por isso, deve ser capaz de ampliar e reconfigurar ideias já existentes para ser capaz de relacionar e acessar novos conteúdos.
Para que isso seja possível, Ausubel defende que é fundamental considerar a história e a bagagem acumulada pelos alunos e que eles estejam dispostos a relacionar o conteúdo de maneira consistente e não arbitrária. Além disso, argumenta que os temas a serem ensinado devem ser potencialmente reveladores e devem ser apresentados pelos professores emsituações que favoreçam aprendizagens significativas.
A questão do aprendizado é muito presente no dia a dia das escolas e da gestão educativa. Por isso, a AMVARC promoverá, no dia 19 de fevereiro, o 10º Fórum Internacional de Educação emBom Princípio (Rio Grande do Sul, Brasil). Com o tema Aprendizagens Significativas, o evento pretende apresentar alguns dos principais fatores que intervêm no processo de aprendizagem e propor elementos que podem favorecê-lo.
Confira a seguir quais serão os palestrantes convidados e os respectivos temas de exposição:
– Alexandre Ventura (Portugal): O direito à aprendizagem como premissa da avaliação escolar
– Rubens Wajnsztejn (São Bernardo do Campo): TDAH – Dos aspectos neurobiológicos e a medicalização à sala de aula
– Nino Paixão (Campinas): Ensinando e aprendendo com prazer: a neurociência entra em ação
– Eduardo Shinyashiki (São Paulo):  Competências socioemocionais na educação: “Integração entre o sentir e o aprender”
O evento acontecerá de 8h30 às 18h, no Centro Cultural Bom Princípio, e as inscrições estão abertas até o dia três de fevereiro.
Promover aprendizagens significativas é um desafio para muitos professores. 
Foto: Todos os direitos reservados