sábado, 14 de setembro de 2013

Plataforma adaptativa gratuita

Entra no ar no próximo dia 31 a primeira plataforma brasileira de ensino adaptativoGlossário compartilhado de termos de inovação em educação. Lançada dois meses antes do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), o Geekie Games será um ambiente virtual dotado de inteligência computacional capaz de entender o que cada usuário sabe e não sabe e, assim, sugerir estudos que o ajudem a preencher lacunas de conhecimento e se sair melhor no exame. Além de aberta e totalmente gratuita a qualquer interessado, por enquanto, quatro secretarias estaduais de Educação já confirmaram adesão: Ceará, Bahia, Acre e Goiás. Com redes inteiras que inscreverão seus alunos de ensino médio e os registros individuais espontâneos, a expectativa é que a plataforma chegue a um milhão de alunos – um sétimo dos inscritos no exame nacional.
A plataforma estará disponível de 31 de agosto até o dia do Enem pelo sitegeekiegames.com.br. É possível participar como aluno, professor ou escola. No caso dos cadastros individuais, o usuário pode ou não ter vínculo com alguma instituição de ensino – o que permite que pessoas que já não estão mais estudando formalmente também possam usar a ferramenta para se preparar para o exame. Já professores podem registrar suas turmas e, assim, ter acesso ao desempenho de seus alunos na plataforma e fazer intervenções pedagógicas específicas. Da mesma forma, escolas podem cadastrar seus alunos para acompanhar seu avanço.
crédito Anson / Fotolia.comPrimeira plataforma adaptativa brasileira chegará a 1milhão e ajudará a preparar para o Enem / crédito Anson / Fotolia.com

Na prática, a plataforma vai funcionar assim: uma vez no ar, todos os interessados deverão acessar o Geekie Games e criar seus perfis. No caso das redes estaduais parceiras, a própria Secretaria de Educação vai se encarregar dessa parte. Depois do cadastro feito, a primeira atividade do aluno na plataforma será um simulado. Com o resultado dessa prova, o sistema inteligente da ferramenta será capaz de desenhar um plano de estudos personalizado para cada usuário. Por exemplo: um aluno errou, em matemática, diferentes questões que exigiam conhecimentos em geometria. A plataforma “identifica” um padrão nessas respostas – com base na TRI (Teoria de Resposta ao Item), metodologia que já é usada no Enem – e consegue entender qual parte do conteúdo de geometria o aluno precisa consolidar.
O sistema desenvolve, então, um plano de estudos individual, em que aponta exatamente as partes em que o aluno mostrou deficiência. Com o documento em mãos, os usuários poderão acessar, no ambiente virtual, as aulas de que mais precisam. No geral, explica Claudio Sassaki, cofundador da Geekie, tais aulas serão divididas em três etapas: exposição ao conteúdo, que pode acontecer por videoaulas, textos ou outros materiais interativos; aplicação dos conceitos, com exercícios resolvidos; e fixação, com exercícios que dão feedback imediato. O material disponível na plataforma vem de mais de 30 produtores de conteúdo, com curadoria da Geekie, diz Sassaki.
“Nosso objetivo é oferecer o que há de melhor na educação para todos, independentemente de classe e posição social”
Cada passo que o estudante dá na plataforma é registrado e, na medida em que ele vai avançando em seu aprendizado, o plano de estudos vai se ajustando às suas novas necessidades. A duas semanas do Enem, um novo simulado será aplicado e um relatório trará dicas para a reta final de preparação. Quando o período de utilização da plataforma se encerrar, depois do Enem, as secretarias parceiras vão receber um relatório de desempenho dos seus alunos, com dados detalhados sobre as facilidades e as dificuldades que os estudantes enfrentaram.
“Nossa plataforma é muito diferente de um simulado comum porque ela é inteligente”, explica Sassaki. A Geekie é a primeira ferramenta do Brasil a oferecer aprendizagem adaptativa. “Nosso objetivo é oferecer o que há de melhor na educação para todos, independentemente de classe e posição social”, afirmou. O projeto piloto ocorre de forma totalmente gratuita para todos, inclusive as secretarias, porque conta com o apoio financeiro de grandes instituições. Em suas próximas versões, afirma Sassaki, sua intenção é ter um modelo em que, para cada aluno de escola pagante, um aluno de escola pública possa participar.
crédito Regiany Silva / PorvirPrimeira plataforma adaptativa brasileira entra no ar para preparar para o Enem

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

“O aluno precisa ser um detetive das informações”

Nas aulas de biologia os alunos usam o laboratório para ver as plantas no microscópio; jogam futebol e voltam suados da aula de educação física na quadra. Por que, durante a aula de história, não estudar a Primeira Guerra lendo as cartas que os governantes trocavam? Por que não conhecer os acontecimentos do seu país acessando os documentos da época? Em entrevista ao Porvir, Sam Wineburg, professor de história na Universidade de Stanford, diz que é necessária uma “reorientação na forma de como os professores pensam seus objetivos no ensino de história, em vez de enxergar os alunos de maneira passiva na construção da memória, eles precisam ser agentes ativos na criação de suas próprias narrativas históricas”.
Wineburg foi um dos desenvolvedores do Historical Thinking Matter(Pensando assuntos históricos, em livre tradução), site que tem como proposta permitir o acesso de documentos históricos dos Estados Unidos para auxiliar o aluno na construção de seu pensamento crítico. Na plataforma, o estudante tem acesso a vídeos, documentos e notícias da invasão norte-americana em Cuba, por exemplo.
crédito Nejran Photo/ Fotolia.com
 
Além disso, são indicados livros que podem auxiliar na compreensão do material, mas há uma ressalva: os autores das obras possuem suas próprias intenções e pontos de vista. “O papel do professor de história é orientar os alunos através do emaranhado da complexidade, eles devem modelar um tipo de pensamento que é cada vez mais importante na era digital – onde qualquer um pode brincar de historiador e colocar uma página sobre um evento histórico”. Suas propostas de inovações no ensino utilizando a internet não se restrigem ao seu país, para ele, “é absolutamente possível fazer no Brasil também”.
“O aluno precisa aprender a ser um detetive das informações”
Para comprovar os benefícios que a tecnologia pode trazer por aqui, o professor Ivan Rebuli, finalista do Prêmio Educadores Inovadores da Microsofot 2012, desenvolve o Projeto Memórias, que tem como objetivo preservar a memória da cidade de Pontal do Paraná através de pesquisas, acesso de fotografias e documentos históricos e, claro, usando a internet. “Espera-se que o aluno aprenda e perceba que a atividade de pesquisa em história possibilita a apropriação do conteúdo sob várias temáticas e múltiplos olhares, bem como se tornar um narrador-protagonista da sua própria história, disse o professor, que agora está em Praga apresentando o projeto em um congresso internacional de educação. “O aluno precisa aprender a ser um detetive das informações”, complementa, do outro lado do mundo, Wineburg.
Todo o trabalho realizado por Ivan gira em torno de ação colaborativa, uma vez que os “alunos têm autonomia para propor conteúdos, temas, novas pesquisas, para a produção científica e, finalmente, divulgar na comunidade para que a história e a memória sejam compartilhadas com o maior número de pessoas.” Essa produção em conjunto fez tanto sucesso que escapou dos muros do colégio. Hoje, após o levantamento de tantas novas informações, a comunidade passou a se envolver também na produção e, depois de replicada em diversas escolas do Estado, a iniciativa já conta com uma equipe de mais de 250 alunos divididos entre dez times.
“o novo arquivo histórico é a Internet”
Mas nem sempre a maré é assim tão favorável. Por estar em uma cidade litorânea, a equipe tinha problemas com a maresia que muitas vezes danificava os discos rígidos que continham os materiais. Foi aqui que, mais uma vez, a super-heroína tecnologia entrou em ação. “A solução encontrada pelos alunos foi utilizar o Sky Drive (plataforma de armazenamento on-line de arquivos) para salvar e compartilhar o trabalho na rede, aumentando a produtividade e tornando o trabalho mais interessante.”
Mesmo entre os mais tradicionais, o computador não sofre preconceito. Escritor de várias obras com conteúdo histórico, Sam Wineburg não hesita em dizer que “o novo arquivo histórico é a Internet.” Para ele, são negligentes os educadores que não prepararem os alunos para serem consumidores de informações históricas na web, afinal “este é o futuro do passado”.
A nossa geração acompanhou ao vivo a queda das torres gêmeas, nos Estados Unidos, em 11 de setembro de 2001. Imagine que daqui há alguns anos, os próximos estudantes de história terão a oportunidade de assistir aos vídeos na internet, exatamente da mesma forma que acompanhamos. Confira:

Fonte: http://porvir.org/porpensar/o-aluno-precisa-ser-um-detetive-das-informacoes/20121130

7 mil vagas gratuitas para cursos técnicos - Faculdade Sumaré

Por meio do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), a Faculdade Sumaré oferece sete mil vagas para seis cursos técnicos profissionalizantes gratuitos nas áreas de Tecnologia e Educação.
A boa notícia é que qualquer pessoa poderá candidatar-se a uma das sete mil vagas disponíveis, basta ter o Ensino Médio completo. É uma grande oportunidade para quem precisa se especializar em tempo curto para o mercado de trabalho.
As inscrições vão até o dia 15 de setembro, e pode ser feita pela Internet.
Os horários das aulas são favoráveis a quem precisa de formação com agilidade!
Confira os cursos disponíveis
Fonte: http://canaldoensino.com.br/blog/faculdade-sumare-oferece-7-mil-vagas-gratuitas-para-cursos-tecnicos

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Microsoft vai oferecer tablets gratuitos para o ensino de jovens sobre o uso da Internet

A Microsoft vai distribuir tablets gratuitos e materiais pedagógicos a jovens que estudam em escolas públicas de Los Angeles e Atlantas nos Estados Unidos. A iniciativa visa a ensiná-lo sobre o uso da Internet. Além da distribuição dos tablets, a Microsoft ainda vai oferecer a esses estudantes o programa gratuito “Bing para Escolas”. Nele, os alunos e a comunidade escolar beneficiados deixarão de ver anúncios e conteúdo adulto enquanto pesquisam na internet pelo buscador oficial da empresa, o Bing.


A rivalidade de longa data entre a Microsoft e o Google está se transformando em uma briga de escola.
Nesta quarta-feira (21), a Microsoft abriu uma nova frente contra o provedor líder de pesquisas do mundo, pilotando uma oferta sem anúncios para usuários educacionais do Bing, o motor de busca que durante anos ficou atrás do Google.
No âmbito do programa gratuito chamado "Bing para as Escolas", os alunos dos distritos escolares participantes deixarão de ver anúncios ou conteúdo adulto quando fazem pesquisas na Internet.
A Microsoft, que incluiu o distrito unificado de escolas de Los Angeles e escolas públicas de Atlanta, entre outros distritos escolares, oferece o Bing como uma alternativa em um momento de crescente preocupação pública sobre a forma como as empresas de Internet estão seguindo cada movimento de seus usuários para direcionar os anúncios que exibem.
Como parte do programa, a Microsoft também vai oferecer tablets Surface gratuitos e materiais didáticos para o ensino de jovens sobre o uso da Internet.
Stefan Weitz, diretor de pesquisa da Microsoft, disse que o programa irá ajudar a expor jovens usuários a produtos Microsoft.
"Esperamos que demonstremos a qualidade do Bing para professores e alunos e também pais, e uma vez que eles vejam quão bom ele é, esperamos ver uma maior utilização fora das escolas também", disse Weitz.
Com 18% de participação no mercado de buscas, o Bing corre por muitos anos atrás do Google, que detém 67%, segundo dados da ComScore, apesar de um esforço agressivo para diminuir essa diferença.
Fonte: G1

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Mão na massa e investigação para aprender ciências

Deixar os livros e a lousa descansando na sala de aula e colocar as mãos na massa. Manusear minhocas, usar produtos químicos para analisar seus funcionamentos e reações, entender o funcionamento das rochas tocando cada uma delas, criar energia elétrica com o uso de legumes e observar pedaços de plantas nas lentes de um microscópio. Essa é a proposta daAbramundo, empresa que desenvolve materiais para o estudo de ciências para o ensino fundamental, do 1o ao 9o ano, orientados pelo método investigativo e prático.
“A escola não tem valorizado ou dado pouco valor ao principal aspecto que consideramos a mola propulsora das aprendizagens: a curiosidade. Mesmo antes do ingresso na escola, as crianças observam, perguntam e procuram explicações para o mundo em que vivem”, afirma Luciana Hubner, consultora pedagógica da Abramundo, que acredita na estratégia da investigação na aprendizagem como um método de ensino que aproxima as crianças e jovens das formas de trabalhar de maneira mais criativa e coerente com suas realidades e questionamentos.
crédito Andreas Kristensson / Fotolia.comPara pedagoga, é preciso estimular a curiosidade dos alunos para além dos primeiros anos da educação infantil

Para ela, essa curiosidade só recebe atenção nos primeiros anos da educação infantil, etapa da escolarização em que as perguntas são tomadas como eixo de pesquisa, observação e investigação da realidade que os cerca. “À medida que os alunos vão avançando pelos níveis superiores de escolarização essa curiosidade praticamente desaparece, as crianças vão aprendendo que a escola não é um espaço de dúvida, de levar e fazer pergunta, mas de obter respostas”, diz.
O programa, que já está presente em 19 estados, em 70 escolas da rede privada e cerca de 350 escolas públicas, oferece formação continuada dos professores que vão utilizar esses equipamentos. Segundo Hubner, os educadores recebem uma visita mensal de um tutor da Abramundo para tirar dúvidas e ajudá-los na inserção pedagógica dos materiais durante as aulas.
Para Daniela Venturi Abreu, assistente de coordenação e professora na Escola Santi, em São Paulo, ao realizar experiências, os alunos vão em busca de respostas e desenvolvem a capacidade de solucionar problemas em grupo e interagem de maneira mais dinâmica com o conteúdo. “Quando incentivamos os alunos a serem mais exploradores os ajudamos a ir atrás de confirmar ou não uma hipótese, construir suas opiniões, instaurar um perfil investigativo, inquieto com relação aos assuntos estudados, e consequentemente mais envolvidos com o conteúdo”, afirma.
Entre os exemplos de experiências realizadas pelos alunos estão o uso de beterraba, batata e chuchu para fazer uma pilha capaz de produzir energia e até a criação de neve artificial por meio produtos e reações químicas. Veja abaixo o vídeo em que os alunos e o físico Cristian Annunciato realizam experiências no programa Encontro com Fátima Bernardes, da Rede Globo:

D Vampire Hunter - Moonlight Shadow

Mike Oldfield -  Moonlight Shadow

Vale a pena ver até o final (apesar da resolução). 
Realmente é um incrível desenho/filme (bastante antigo, eu o tinha visto há mais de 8 anos atrás). Dhampir - O caçador de Vampiros. :)

terça-feira, 10 de setembro de 2013

Centro de Referências em Educação Integral entra no ar

O anúncio de que quase seis milhões de estudantes estarão no Mais Educação, programa do governo federal de Educação IntegralGlossário compartilhado de termos de inovação em educação, reacende o debate sobre como fortalecer o trabalho de gestores, diretores escolares e educadores que vivem em seu cotidiano essa realidade. Como gerir parcerias entre escola e comunidade? Como financiar ações entre diferentes secretarias e órgãos públicos? Como identificar espaços comunitários que podem apoiar o processo de ensino-aprendizagem?
Essas e outras questões serão respondidas pelo Centro de Referências em Educação Integral, plataforma gratuita lançada na manhã desta quinta-feira (29/8), em São Paulo, por quinze organizações governamentais e não governamentais. Entre elas estão o MEC (Ministério da Educação), a Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) e o Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância).
crédito julián rovagnati / Fotolia.com

A proposta é apoiar a pesquisa, o desenvolvimento, o aprimoramento e a difusão de experiências e ferramentas que contribuam para a implementação e gestão de ações e programas ligados à educação integral. A ideia é que escolas, organizações, redes e governos possam, a partir desses materiais, estruturar e qualificar suas atividades. Futuramente, o Centro de Referências oferecerá, inclusive, formações presenciais e a distância e orientação direta a escolas e gestores municipais e estaduais.
“Embora reconheçam a importância do tema, vemos que há dificuldades de ordem prática que surgem no dia a dia desse atores. E, por isso, essas diferentes organizações se reuniram para compartilhar estratégias e identificar práticas interessantes que estão acontecendo por todo o Brasil e em outros países”, explica Natacha Costa, diretora-executiva da AssociaçãoCidade Escola Aprendiz, uma das instituições envolvidas no projeto.
O grupo afirma ainda que espera apoiar gestores e públicos e escolas em formações presenciais e a distância. O site trará também notícias e conteúdos atualizados diariamente.
Lançamento
Hoje, como evento que marca o lançamento da plataforma, mais de 50 organizações estarão reunidas na Série de Diálogos: o futuro de Aprende, iniciativa do Instituto Inspirare e Porvir. Na ocasião, serão apresentadas experiências bem sucedidas tanto na escola, quanto na gestão pública. Juntos, os participantes farão recomendações ao poder público sobre como aprimorar as inciativas da educação integral.
A plataforma
Confira as funcionalidades da plataforma:
Banco de ExperiênciasBanco georreferenciado de experiências em educação integral realizadas por escolas, gestores públicos e equipamentos comunitários brasileiros, que apresenta e inspira boas práticas. A área também traz o relato de casos internacionais que dialogam com a agenda brasileira.
Conceito, Glossário, Linha do Tempo e Marcos Legais da Educação IntegralApresentação didática e ilustrada por infográficos e vídeos de conceitos e termos mais utilizados; dados sobre a evolução histórica da educação integral e documentos sobre legislações, diretrizes e políticas públicas sobre o tema.
Metodologias de apoio à gestãoTextos explicativos que respondem às principais dúvidas de gestores públicos, escolas e equipamentos da comunidade sobre a implementação e o gerenciamento de programas em educação integral. Como exemplo, a plataforma responderá como a gestão pública pode contratar e formar novos agentes educacionais, como a escola pode se articular com a comunidade e como a comunidade pode ter participação ativa no processo de ensino-aprendizagem. As metodologias serão publicadas regularmente na plataforma, sempre conectadas a experiências concretas e materiais de apoio.
MateriaisDe livros que discutem o conceito a planilhas para gestão financeira, o banco de materiais reunirá diversos instrumentos que facilitam o processo de implementação e gerenciamento de programas e ações nos diferentes níveis – da comunidade à gestão pública.
NotíciasAtualizadas diariamente e sempre em licença aberta, as notícias de educação serão produzidas pelo próprio Centro de Referências e sites parceiros à iniciativa, como Portal AprendizPorvir e Jornal GGN.
Área de apoio à imprensaA plataforma contará ainda com um banco de releases e um guia de fontes catalogadas por temas e localidade, para apoiar comunicadores na produção jornalística sobre a educação integral.
ParceirosTambém é possível conferir todos os parceiros do projeto. O Centro de Referências da Educação Integral é uma iniciativa do MEC (Ministério da Educação), Instituto Inspirare, Instituto Natura e Fundação Itaú Social (que também atuam como financiadores), Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), Fundação SM, Flacso (Faculdade LatinoAmericana de Ciências Sociais), Cenpec – Educação, Cultura e Ação Comunitária, Cieds (Centro Integrados de Estudos e Programas para o Desenvolvimento Sustentável). A Associação Cidade Escola Aprendiz operacionaliza e gerencia a plataforma virtual.

Esta reportagem faz parte de uma série especial sobre educação integral, acompanhando o lançamento do Centro de Referências em Educação Integral. A plataforma do centro já está disponível, no www.educacaointegral.org.br.

Pró Música Influenciando a Cultura

Influenciando a Cultura de Juiz de Fora

Pró Música - Entrevista com Maria Isabel

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

10 pressupostos da educação integral

O nome “educação integral” induz a uma armadilha fácil: considerar que, se o aluno fica o dia inteiro na escola, ele tem acesso a uma educação integral. Nada disso. A educação integral, que deve chegar a 60 mil das 160 mil escolas públicas brasileiras até o ano que vem, tem um conceito muito mais amplo, em que tem o cerne no desenvolvimento integral do aluno. O tempo de permanência na escola – ou melhor, em circunstâncias de aprendizagem – é apenas um dos três pilares que o sustentam.
O primeiro deles é o desenvolvimento do ser humano em todas as suas dimensões. Ou seja, para se ter um ambiente de educação integral, o aluno deve ser formado não só do ponto de vista intelectual, mas também no afetivo, no social, no físico. Para que isso ocorra e já chegando ao segundo pilar, é preciso que haja uma integração de tempos e espaços, com a inclusão de diversos atores no processo educativo. Assim, a educação não deve ficar limitada ao espaço escolar nem se apoiar exclusivamente no professor. A educação integral é, portanto, aquela em que os cidadãos se envolvem e compartilham saberes, dentro ou fora da escola. Já o terceiro pilar é o do desenvolvimento das atividades em tempo integral.
crédito Picatscha / Fotolia.comEntenda o que é educação integral e o que é preciso para desenvolver o conceito, que impacta milhares de famílias e suas comunidades

Para ajudar educadores, pais e qualquer cidadão a entender o que é educação integral e o que é preciso para desenvolvê-la, o Porvir fez um compilado dos 10 pressupostos que envolvem o conceito. Confira!
1. O direito a uma educação de qualidade é a peça chave para a ampliação e a garantia dos demais direitos humanos e sociais.
2. O objetivo final da educação integral é a promoção do desenvolvimento integral dos alunos, por meio dos aspectos intelectual, afetivo, social e físico.
3. A educação não se esgota no espaço físico da escola nem no tempo de 4 h, 7 h ou mais em que o aluno fica na escola.
4. A educação deve promover articulações e convivências entre educadores,comunidade e famílias, programas e serviços públicos, entre governos e ONGs, dentro e fora da escola.
5. A escola faz parte de uma rede que possibilita a compreensão da sociedade, a construção de juízos de valor e do desenvolvimento integral do ser humano.
6. Organizações e instituições da cidade precisam fortalecer a compreensão de que também são espaços educadores e podem agir como agentes educativos. Já a escola precisa fortalecer a compreensão de que não é o único espaço educador da cidade.
7. O projeto político-pedagógico deve ser elaborado por toda a comunidade escolar refletindo a importância e a complementariedade dos saberes acadêmicos e comunitários.
8. Ficar mais tempo na escola não é necessariamente sinônimo de educação integral; passar mais tempo em aprendizagens significativas, sim.
9. A escola funciona como um catalisador entre os espaços educativos e seu entorno e serve como local onde os demais espaços podem ser ressignificados e os demais projetos, articulados.
10. Além de demandar a articulação de agentes, tempos e espaços, a educação integral se apoia na articulação de políticas (cultura, esporte, assistência social, meio ambiente, saúde e outras) e programas.
Fonte: Caminhos para Elaborar uma Proposta de Educação Integral em Jornada Ampliada, Secretaria de Educação Básica do MEC, Bairro-Escola Rio Vermelho, Associação Cidade Escola Aprendiz

Esta reportagem faz parte de uma série especial sobre educação integral, acompanhando o lançamento do Centro de Referências em Educação Integral, uma iniciativa apoiada pelo Porvir e pelo Inspirare. A plataforma do centro já está disponível a partir de 29 de agosto, no www.educacaointegral.org.br.

domingo, 8 de setembro de 2013

‘A educação integral deixa a escola mais humana’

Antes observada mais frequentemente em pequenos grupos de escolas ou de unidades-modelo, a discussão sobre educação integral está cada vez mais presente na agenda das escolas brasileiras, principalmente as públicas. Inserida tanto nos projetos políticos de governos, como em iniciativas propostas por entidades da sociedade civil, os conceitos e práticas inerentes a esse modelo educacional ganharam mais força no debate pela melhoria da qualidade do ensino no país.
Mesmo trazendo aspectos que conversam com outras propostas há tempos debatidas na área da educação, como a gestão democrática, a educação integral está na agenda nacional. É o que afirma a pesquisadora da Universidade Federal de Pernambuco, Ana Emilia Castro, coordenadora da Pesquisa Nacional Programa Mais Educação: Impactos na Educação Integral e Integrada no Nordeste.
Para ela, com a adesão de mais de 85% das escolas públicas brasileiras desde 2008 ao programa Mais Educação, do Ministério da Educação (MEC), o desafio agora não é mais a expansão. “Precisamos focar agora na gestão, na forma como os conceitos de educação integral estarão sendo implantados na prática, dentro dos ambientes de aprendizagem. Até porque, além do programa Mais Educação, não faltam iniciativas que buscam aumentar a carga horária dos alunos, propor atividades recreativas e ampliar a participação da comunidade na escola, e que existem há décadas”, fala a pesquisadora.
Crédito Dmitry Naumov / Fotolia.com

Para melhor entender as questões que envolvem a implantação da educação integral no cotidiano da escola, especialmente no que se refere ao desafio da formação dos professores para atuarem nesse novo contexto, confira a seguir a entrevista que o Porvir fez com a professora Ana Emília:
A senhora poderia descrever um pouco melhor o conceito de educação integral?A educação integral diz respeito à integralidade do sujeito, ou seja, ela propõe trabalhar com o ser humano de forma mais ampla. O conceito de educação integral vai além dos aspectos da racionalidade ou cognição. Ele dá importância também ao olhar, às artes, à estética, à música, significa desenvolver as dimensões afetivas, artísticas, espirituais, os valores, a saúde, o corpo. O ponto principal que o envolve tem a ver com uma outra lógica de aprendizagem. A gente não aprende só na escola, adquirimos cada vez mais conhecimento durante toda a vida.  A relação que a educação integral tem com o espaço e o tempo é diferente da forma tradicional de educação que vemos na maioria das nossas escolas públicas.  Estamos diante de um cenário de quebra de paradigmas da forma de conceber e trabalhar com a educação integral, haja vista a superação de barreiras culturais, que perpassam as relações interpessoais e de poder no caráter organizacional da escola, impregnado de heranças burocráticas, tecnicistas e formalistas. Torna-se um desafio trabalhar a ressignificação das ações pedagógicas.
Para a escola implantar um modelo de educação integral é preciso uma carga horária de atividades maior?Para que seja plenamente trabalhada, a escola deve levar em conta a necessidade de ter mais tempo e mais espaços de aprendizagem. Mas, o maior desafio é trabalhar justamente com esse tempo adicional. Na educação integral, não basta aumentar o tempo do aluno na escola de quatro para sete horas por dia, algo que acontece de forma corriqueira hoje. Ter mais tempo exige ter mais planejamento pedagógico para aproveitar de forma mais transversal esse tempo.
É por isso que muitas pessoas confundem a educação em tempo integral com educação integral?Exatamente. A batalha a favor da expansão da carga horária nas escolas já não representa mais um grande desafio. Agora, o ponto em questão é outro.  A educação em tempo integral deve ser transformada numa educação integral e integrada. Ou seja, o padrão de escolas de educação em tempo integral que temos hoje, onde pela manhã ela é uma unidade tradicional e à tarde se transforma num espaço lúdico com atividades artísticas desconectadas de um projeto, deve mudar.  Na educação integral, a transversalidade dos conteúdos trabalhados de forma mais conectada e o diálogo com a realidade do aluno devem ser uma constante nas escolas que adotam o modelo.
Então, as escola que ainda não adotaram plenamente o conceito de educação integral precisam pensar num novo formato de escola?Certamente.  Elas têm que mudar a forma de pensar e fazer educação, não basta ter uma oficina de artes no contraturno, é preciso muito mais. Elas têm que dialogar mais com os alunos, com o que eles trazem nos encontros e com o contexto de suas comunidades. Como trabalhar a disciplina de história sem levar em conta a história do aluno, da escola ou da própria comunidade? Mesmo vivendo numa sociedade cada vez mais fragmentada é preciso que a gente transversalize mais, rompendo com a prática de trabalhar com conteúdos isolados. Com as atividades de capoeira, por exemplo, é possível trabalhar os direitos humanos, a história, a cultura e a educação física.
Os nossos professores já conhecem de certa forma o que é a educação integral, especialmente hoje que ela está com mais evidência. O que eles buscam agora é colocá-la em prática.
Logo, a articulação do educador seria fundamental para que todas essas sugestões fossem colocadas em prática…Não tenho dúvida. Os nossos professores já conhecem de certa forma o que é a educação integral, especialmente hoje que ela está com mais evidência. O que eles buscam agora é colocá-la em prática. Para isso, eles precisam ser melhor instruídos na maneira com que podem utilizar esses conceitos para melhorar o aprendizado dos alunos. Por isso a importância das formações continuadas de docentes.
E como funcionam essas formações?Elas podem ocorrer por meio de cursos de pós-graduação, de extensão, de encontros que fomentem o debate sobre a temática e a metodologia. Desde 2011, já participei da concepção de dois cursos de extensão que duraram 10 meses. Neles, reunimos os oficineiros, professores comunitários, professores da rede e gestores. Como muitos dos oficineiros que comandam as atividades educativas no contraturno não têm curso superior, preferimos adotar esse formato de curso, ao invés de propor uma pós, o que restringira o acesso.  Pensamos em cursos de extensão que têm como abordagem uma proposta de formação problematizadora, que significa a ação conjunta de desvelamento e reflexão sobre as realidades vivenciadas no ambiente escola-comunidade, onde acontecem as práticas educativas da educação integral, em busca de repensar, ressignificar essas próprias práticas.
Que tipo de conteúdo é trabalhado nesses cursos?Como o próprio nome do curso sugere (Múltiplos Olhares) buscamos trabalhar tanto a questão legal como a conceitual, e também fomos além. Seguindo as próprias diretrizes do MEC, também focamos em atividades que estimulavam os educadores participantes a mapearem a realidade de cada um na escola e a realidade do entorno da unidade.
E como ocorreu esse mapeamento?Para se trabalhar com a educação integral o professor precisa conhecer a realidade da escola, dos alunos e da própria comunidade. Por isso que propusemos essa atividade prática. Nela, pedíamos para que, em grupo, eles levantassem os equipamentos urbanos, como praças e monumentos; os centros culturais, como bibliotecas e museus; as organizações não-governamentais ao redor; além das atividades econômicas e culturais da região. Tudo isso, para que, com base nas informações, eles soubessem articular e propor um projeto de ação pedagógica no âmbito da educação integral.
Mas os professores já não aprendem a elaborar esse tipo de projeto durante sua formação nas universidades?Os próprios tutores e supervisores que participavam dos cursos de extensão – muitos deles ainda alunos de licenciatura –, falavam que nunca haviam tido contato com a proposta pedagógica da educação integral. Quer dizer, os modelos de currículos no ensino superior ainda estão muito distantes da realidade e da educação integral. Mesmo sendo uma pauta de debate nacional, o tema ainda é pouco discutido entres os próprios alunos das licenciaturas na academia. Precisamos mudar isso.
Os docentes poderiam a partir de hoje estimular ainda mais a curiosidade dos alunos. Eles precisam trazer a vida dos estudantes e da comunidade para dentro da sala de aula e de outros espaços de aprendizagem
Mas como modificar esse quadro?Os currículos e a forma de se pesquisar nas universidades devem ter outra dinâmica. Muitas pesquisas feitas por alunos de graduação e pós não encaram a escola e os alunos que se relacionam como sujeitos ativos, que são coautores do estudo, que acabam participando juntos da pesquisa. Por isso decidimos criar o Neafi (Núcleo de Educação Integral e Ações Afirmativas), que tem como objetivo promover estudos e reflexões sobre políticas de educação integral e ações afirmativas por meio de pesquisa e de extensão com a comunidade acadêmica e demais membros da sociedade civil para que o futuro professor tenha outro tipo de olhar depois que passarem pela universidades. Outras instituições poderiam fazer algo semelhante.
Além da reformulação sugerida nos currículos e de cursos de extensão, como o professor pode colocar a educação integral cada vez mais em prática?Logo de cara, os professores bem que poderiam olhar mais nos olhos dos alunos, ouvir mais. Integrar pais e comunidade no cotidiano da escola também seria “praticar educação integral”.  E por que não trazer outros profissionais para a sala de aula para explicar tipos diferentes de ofício aos alunos? O professor pode convidar o pai de algum aluno que seja sapateiro, por exemplo. Na sala, ele pode explicar a cadeia do couro numa aula de geografia. A educação integral vem nesse sentido. É pelo cotidiano e por meio dos saberes das pessoas que a comunidade escolar vai contribuir para uma boa educação.
Existem outras formas dos professores aplicarem desde já o conceito da educação integral no encontro com seus alunos?Os docentes poderiam a partir de hoje estimular ainda mais a curiosidade dos alunos. Eles precisam trazer a vida dos estudantes e da comunidade para dentro da sala de aula e de outros espaços de aprendizagem. Atividades práticas envolvendo a articulação de várias disciplinas também são um caminho. A educação integral se cristaliza dessa forma, ensinando por meio da dança, da música, trabalhando com a memória e propondo sempre a participação ativa dos sujeitos.
A educação integral implantada plenamente em todas as escolas brasileiras pode melhorar  o nível da educação pública no Brasil?A educação integral pode sim ser o caminho para a melhoria do ensino no Brasil. Com ela, é possível melhorarmos também o processo de democratização na educação do país. Se a escola, dentro do seu cotidiano, trouxer a comunidade para planejar o projeto  pedagógico de forma efetivamente democrática e participativa, melhoraremos a qualidade no aprendizado dos nossos alunos. Além disso, ela se tornará mais atrativa e mais humana. Assim como as escolas devem ser.
Esta reportagem faz parte de uma série especial sobre educação integral, acompanhando o lançamento do Centro de Referências em Educação Integral, uma iniciativa apoiada pelo Porvir e pelo Inspirare. A plataforma do centro estará disponível a partir de 29 de agosto, no www.educacaointegral.org.br.