Hoje, feriado no estado de São Paulo, é celebrado o dia da Revolução Constitucionalista de 1932, data que representa o inconformismo da população paulista que exigia uma constituição mais democrática em relação à ditadura imposta pelo então presidente Getúlio Vargas. Nesse período, muitas décadas antes da criação da internet, a história foi sendo registrada pelos livros e meios de comunicação. Ao contrário de hoje, em que as redes sociais têm promovido maior discussão e participação da população, dando-lhes voz mais ativa nos protestos que acontecem em todo o mundo – como a Primavera Árabe, os protestos dos milhares de estudantes no Chile e as manifestações que ainda acontecem no Brasil. Aproveitando a onda do engajamento do Twitter e do Facebook – atualmente 73 milhões de brasileiros são usuários da rede de Zuckerberg, segundo levantamento da GlobalWebIndex – professores estão usando esses espaços para ensinar e estimular seus alunos a aprender a disciplina de história.
Paulo Alexandre Filho, que é mestre em história pela Universidade Federal de Pernambuco, decidiu usar o Facebook para ensinar especificamente sobre a Segunda Guerra Mundial. Porém não da forma mais comum, geralmente por meio da criação de fóruns de grupos de discussão.
“Pensei como poderia usar aspectos modernos para aproximar os estudantes da matéria, mas que fossem divertidos e informativos ao mesmo tempo”
O historiador usou a rede social para montar um perfil para cada país envolvido na guerra, permitindo assim a interação entre essas nações. “Pensei como poderia usar aspectos modernos para aproximar os estudantes da matéria, mas que fossem divertidos e informativos ao mesmo tempo”, afirma. A Segunda Guerra no Facebook virou um post no blog de Alexandre, chegando a mais de 10 mil compartilhamentos na rede social.
Como se o Facebook existisse em 1939, a história da Segunda Guerra Mundial inicia quando a Alemanha envia o post:
– Tamo junto na parada. É nóis III Reich comanda!!! Hehehehehehe”, aos aliados: Sarre ( região extinta entre a França e a Alemanha), Renância (fronteira que era situada entre a França e a Espanha), Áustria e Tchecoslováquia.
– Tamo junto na parada. É nóis III Reich comanda!!! Hehehehehehe”, aos aliados: Sarre ( região extinta entre a França e a Alemanha), Renância (fronteira que era situada entre a França e a Espanha), Áustria e Tchecoslováquia.
Em outro post, o país alemão envia uma mensagem à URSS:
– “Que tal dividirmos a Polônia?”
– “Que tal dividirmos a Polônia?”
A União Soviética então curte o post, comentando, em seguida:
– “Combinado. Se os ingleses acharem ruim, entramos em guerra contra eles. Tô a fim de uma briga.”
– “Combinado. Se os ingleses acharem ruim, entramos em guerra contra eles. Tô a fim de uma briga.”
O Japão prossegue na discussão:
– Aí é f**, Alemanha! Combinamos botar pra f* nos soviéticos. Não curti”. O país alemão chama o Japão para uma conversa no chat “para explicar melhor a parada”.
– Aí é f**, Alemanha! Combinamos botar pra f* nos soviéticos. Não curti”. O país alemão chama o Japão para uma conversa no chat “para explicar melhor a parada”.
Seguindo os acontecimentos da guerra, o Japão adiciona a Indochina ao grupo Domínios Japoneses, enquanto a Alemanha convida a Itália e o Japão a participar do grupo Eixo.
Além dos perfis dos países, há também o de figuras importantes na Guerra, como Adolf Hitler, Churchill e Stalin (este último apelidado de Stalin666). Em seu perfil fictício, o ditador alemão marca numa foto os amigos Albert Speer (ministro de Armamentos e da Produção de Guerra do Terceiro Reich) e Arno Breker (arquiteto e artista plástica alemão, famoso pelos seus trabalhos nessa época). Na imagem, o trio está em frente à Torre Eiffel ao lados dos colegas sob a legenda “Curtindo Paris com os manos”.
De acordo com Alexandre, que se inspirou em versões estrangeiras para criar o projeto, a ideia é usar o mesmo formato para contar a História do Brasil. Em Amsterdã, na Holanda, no ano passado, a escola 4e Gymnasium criou o projeto para instigar seus alunos no ensino de história, um professor criou as páginas: As Invenções do século 20, As Viagens de Fernão de Magalhães,Ascensão e a Moda dos anos 1950 – todas em inglês. Nelas, os acontecimentos históricos são apresentados pelo professor em formato de textos, imagens, vídeos e áudios e os alunos podem postar suas perguntas, curiosidades e comentários.
Tuitando a Segunda Guerra
Já nos Estados Unidos, um estudante de história de Oxford aderiu ao Facebook para retratar, também, a Segunda Guerra Mundial. A partir do@RealTimeWWII, o universitário vem tuitando, em tempo real, os acontecimentos equivalente ao período que aconteceu durante a Segunda Guerra Mundial.
No dia 4/7, por exemplo, o Twitter destaca a invasão de tropas alemãs no território da União Soviética: “Tanques Alemães cruzam agora o Rio Dnieper, a apenas 482 quilômetros de Moscou… / Os exércitos Soviéticos são encurralados e destruídos”. A iniciativa ganhou versões no mundo inteiro e já foi traduzido para mais de uma dezena de línguas, como russo, tcheco, mandarim, italiano, hebraico e português @2aGM_TempoReal.”As redes sociais hoje em dia as redes sociais estão servindo também como diários, que servirão também para registrar os acontecimentos, como as manifestações pelo mundo, como se tivéssemos um ‘Diário de Anne Frank’”, afirma Alexandre.
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