Ao todo, 17% dos graduandos estudam a distância no Brasil, e a metodologia tem mais de um terço das matrículas em cursos de licenciatura e de tecnologia.
O Censo da Educação Superior 2014, realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e divulgado pelo Ministério da Educação (MEC) na sexta-feira, dia 4, verificou o consistente crescimento da educação a distância no país. Segundo o censo, 17,14% das matrículas de graduação no país estão em cursos a distância (EaD), um crescimento pequeno com relação ao ano anterior, 2013, quando esse percentual foi de 15,78%.
Mas alguns recortes indicam que a evolução desta modalidade está em crescimento sustentado. O mais marcante é o número de alunos ingressantes na graduação, entre os quais praticamente um em cada quatro (23,4%) escolheu um curso a distância, o que aponta aceitação cada vez maior da metodologia entre o público-alvo da graduação
Após a estabilidade observada nos dois últimos anos (2012 e 2013), os ingressos em graduação tiveram um expressivo aumento em 2014 (13,4%). Porém, na modalidade a distância, o crescimento percentual sempre foi mais acentuado (41,2% entre 2013 e 2014, enquanto na modalidade presencial o aumento foi de 7 % no mesmo período).
Se for considerado um período de evolução mais longo para comparar as duas metodologias, a diferença é ainda maior, a favor da EaD. Vê-se que entre 2003 e 2014, o número de ingressos variou positivamente 54,7% nos cursos de graduação presenciais e mais de 50 vezes nos cursos a distancia.
Com relação aos concluintes, também é possível notar o avanço da metodologia a distância. Enquanto em 2014 o número de concluintes em cursos de graduação presencial praticamente se estabilizou em relação a 2013, na modalidade a distância aumentou 17,8% no mesmo período. Nas notas sobre o Censo divulgadas na sexta-feira, os pesquisadores destacam a “importante participação dos cursos a distância” na recuperação do crescimento do número de concluintes no país.
Avanços Maiores em Licenciatura
A análise das matrículas em geral, em todos os anos da graduação, nos diferentes graus acadêmicos (bacharelado, licenciatura ou tecnológico) também mostra uma evolução positiva da EaD nos níveis de licenciatura (36,86% dos alunos fazem cursos a distância) e ainda maior entre os tecnológicos (37,35% das matrículas em cursos a distância).
O impacto disso no total é pequeno porque os cursos de bacharelado são mais de dois terços da graduação brasileira (67,6%, contando presenciais e a distância). Esse cenário tende a se alterar porque, no período ampliado de 2003 a 2014, as matrículas nos cursos tecnológicos em geral aumentaram quase oito vezes, enquanto no bacharelado, o crescimento das matrículas foi de 104,2% no mesmo período.
Também se destaca no recorte referente à educação a distância a grande participação da iniciativa privada. Quase 90% das 1,3 milhão de matrículas em cursos a distância do país estão em instituições de ensino privadas (1.202.469, contra 139.373 em instituições públicas). Na metodologia presencial, as instituições particulares continuam mantendo maioria das matrículas, mas num patamar percentual menor (71,9%). Destaque-se também a acelerada evolução das matrículas em cursos a distância em instituições particulares, um crescimento de 20,36% em 2014.
Na questão referente à formação de professores, o Censo verificou que nos cursos presenciais o maior grupo é de doutores (43,7%, com 36,3% de mestres e 20% de especialistas), enquanto nos cursos a distância o maior grupo é de mestres (46,2%, com 36,6% de doutores e um percentual menor de especialistas do que os presenciais: 17,2%).
Dados Gerais do Censo
O Censo 2014 encontrou, na educação superior brasileira, 7,8 milhões de matrículas na graduação, um aumento de 6,8% em relação a 2013, que teve 7,3 milhões de matrículas.
Parte dessa expansão se dá pelo aumento do número de matrículas na Rede Federal de Educação Superior, que cresceu 3,7% em relação ao ano anterior, com 1.180.068 matrículas. A rede federal também se interiorizou, pois se em 2014 foram realizadas matrículas em 792 municípios de todas as unidades da federação, um número 180% maior que em 2003, quando apenas 282 municípios as registraram na graduação.
No ano passado, 3.110.848 estudantes ingressaram em cursos de graduação, 82,3% deles em instituições privadas (2.562.306), enquanto 548.542 ingressaram em instituições públicas. A rede pública, entretanto, tem a maior participação nas matrículas ligadas à pós-graduação. Em 2014, das 299.355 matrículas em cursos de pós-graduação, 170 mil foram em instituições federais, 79.633 em estaduais e 1.335 em municipais.
O ministro da Educação, Aloizio Mercadante destacou no texto de divulgação do Censo as matrículas na educação superior de alunos que são docentes da rede pública. A pesquisa apontou 256 mil professores da rede pública de educação básica matriculados em cursos superiores, sendo 82,1% cursos de licenciatura. “Hoje, no Brasil, mais da metade dos docentes da educação básica não tem graduação na sua área de atuação. É um imenso desafio na formação desses professores”, disse.
Outro ponto destacado é a melhoria da qualificação do corpo docente, que para o ministro está atrelada à forma como os cursos e as instituições são avaliadas. “Nas nossas avaliações estamos cobrando a titulação e o regime de trabalho dos docentes”, explicou Mercadante. Na rede pública, o percentual de professores trabalhando em tempo integral na universidade saltou de 74% em 2003, para 82,9% em 2014. Na titulação, 55,8% são doutores e 28,8%, mestres.
Mercadante também apontou que 114 mil vagas de graduação na Rede Federal não estão ocupadas, apesar de autorizadas. Para diminuir esse número, o Ministério da Educação mobilizará as instituições federais para criar uma plataforma unificada de seleção das vagas remanescentes.
Leia a apresentação do Censo 2014 no site do Inep aqui.
Fonte: (Com informações da Assessoria de Comunicação do Inep)
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