UNESCO anuncia a necessidade de 8 milhões de professores no mundo até 2030
Um dos objetivos da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) é universalizar o acesso ao ensino fundamental no mundo inteiro até 2030. Para isso, de acordo com o relatório A teacher for every child: projecting global teacher needs from 2015 to 2030, serão necessários 8 milhões de novos professores: 3 milhões nos anos iniciais e 5 milhões nos anos finais do ensino fundamental.
De acordo com a UNESCO, 58% dos países atualmente não têm professores suficientes para universalizar o acesso à educação primária e projeções indicam que 30% ainda não terão um número suficiente de educadores em 2030.
A região que se encontra em pior situação, segundo o relatório, é a África subsaariana, que necessitará de 2,1 milhões de novos professores nos anos iniciais e de 2,5 milhões nos anos finais. Um dos fatores que mais afeta a dimensão dessa necessidade é o elevado crescimento populacional em idade escolar, sendo que a proporção de alunos por professor é maior do que 100 para 1 em alguns países.
Outro dado importante é a contratação de professores sem a qualificação requerida pelos governos locais, como mostra e documento Education for all global monitoring report de 2015. O Brasil, por exemplo, apresenta 22% dos professores da Educação Básica sem formação adequada; são profissionais sem curso superior ou com diploma em outras áreas, segundo dados do Censo Escolar de 2012.
Valorização dos professores
A UNESCO indica que um dos principais motivos para a falta de professores é a crescente desvalorização da profissão em grande parte do mundo. Uma pesquisa da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico feita em 15 países em 2013 aponta que menos de 33% dos professores acreditam ter uma profissão valorizada pela sociedade – em 2008, eram 60%. Além disso, o valor dos salários tem impacto direto sobre o prestígio e a atratividade da profissão. A experiência de países que conseguiram elevar o status dos professores aponta que o caminho passa por melhorias na formação e nos salários.
A Finlândia é um caso paradigmático da valorização social do profissional da educação. O curso universitário de preparação de professores é o que exige a nota mais elevada: mais de nove sobre dez. Além disso, a seleção valoriza a realização de trabalhos voluntários, experiência profissional, estudos paralelos e inclui a realização de uma entrevista em que o professor deve apresentar o resumo de um livro, realizar uma prova de matemática e outra sobre o uso das TIC, deve demonstrar aptidões artísticas, saber se comunicar, ter uma atitude social e ter empatia. Somente 10% dos interessados conseguem entrar na universidade e os finlandeses acreditam que só devem chegar os melhores.
Sem dúvidas, a Formação de Professores é um elemento fundamental para aumentar a valorização do profissional da educação e para alcançar os objetivos de universalização do ensino.
Fonte: http://fnbr.es/1lz, http://fnbr.es/1m0
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