Ananinasnape Snape
...
Meia-noite. Pelo menos ninguém entraria. Não depois do que tinha sido dito.
Estava cansada de andar de um lado para outro. De olhar sem ver o fogo da lareira, rezando. Esperando...
Uma hora. Seu coração doía.
Percebeu a sombra; o frio na espinha. Virou a cabeça.
- Eu não sei se posso agüentar isso. - disse para o fantasma possível, os olhos molhados.
Não conseguia afastar a imagem de Jonas. Sendo torturado. Ou torturando.
Acabando com o que tinha de bom dentro dele.
Sem saber com o que ele se defrontava. Engoliu.
Dor; tristeza. E impotência. Abraçou a si mesma. Andou mais.
Olhou a lombada de alguns dos livros que estavam por ali.
Sorriu entre as lágrimas ao ver aquele que lhe tinha dado. Parecia tão insignificante agora.
Encostou a testa na parede fria e fechou os olhos, recordando suas palavras.
Ao invés de lhe trazer conforto a lembrança só machucou mais. Aumentando a solidão.
Murmurou a oração que sempre lhe trouxera conforto. Suspirou. Ergueu a cabeça voltando a andar, olhando sem ver. Esta noite... Ela o entenderia. Ele a aceitaria. Ou nada do que tinha acontecido até ali teria importância. Teve medo por ele; o coração em angústia. Prometeu a si mesma que agüentaria.
Não importa o que acontecesse, ela agüentaria; o ajudaria. Ou só... Estaria ali. Se ele precisasse.
Seria forte dali para frente. Pelos dois. A guerra precisava de soldados.
Não ajudaria nada se agisse como uma tola. Ele precisava de mais. Não de preocupação, ou...
Fechou os olhos novamente.
‘Oh, Senhor, proteja-o.’
Duas horas. Quase gritou.
Duas e meia. Um gemido escapou de sua garganta tensa.
Voltou a andar, ansiosa.
Parou. Moveu primeiro a cabeça, virando-se; tinha ouvido um barulho.
Ele estava lá.
Segurando-se fragilmente no batente da porta. Buscando ar. Ruidosamente. Muito pálido.
‘Graças a Deus!’
Correu até ele. A roupa suja. O sobretudo caído de qualquer jeito de lado. Um fio de sangue na boca.
Não disse nada. Hesitou. E se apoiou nela. Pesado demais.
Meia-noite. Pelo menos ninguém entraria. Não depois do que tinha sido dito.
Estava cansada de andar de um lado para outro. De olhar sem ver o fogo da lareira, rezando. Esperando...
Uma hora. Seu coração doía.
Percebeu a sombra; o frio na espinha. Virou a cabeça.
- Eu não sei se posso agüentar isso. - disse para o fantasma possível, os olhos molhados.
Não conseguia afastar a imagem de Jonas. Sendo torturado. Ou torturando.
Acabando com o que tinha de bom dentro dele.
Sem saber com o que ele se defrontava. Engoliu.
Dor; tristeza. E impotência. Abraçou a si mesma. Andou mais.
Olhou a lombada de alguns dos livros que estavam por ali.
Sorriu entre as lágrimas ao ver aquele que lhe tinha dado. Parecia tão insignificante agora.
Encostou a testa na parede fria e fechou os olhos, recordando suas palavras.
Ao invés de lhe trazer conforto a lembrança só machucou mais. Aumentando a solidão.
Murmurou a oração que sempre lhe trouxera conforto. Suspirou. Ergueu a cabeça voltando a andar, olhando sem ver. Esta noite... Ela o entenderia. Ele a aceitaria. Ou nada do que tinha acontecido até ali teria importância. Teve medo por ele; o coração em angústia. Prometeu a si mesma que agüentaria.
Não importa o que acontecesse, ela agüentaria; o ajudaria. Ou só... Estaria ali. Se ele precisasse.
Seria forte dali para frente. Pelos dois. A guerra precisava de soldados.
Não ajudaria nada se agisse como uma tola. Ele precisava de mais. Não de preocupação, ou...
Fechou os olhos novamente.
‘Oh, Senhor, proteja-o.’
Duas horas. Quase gritou.
Duas e meia. Um gemido escapou de sua garganta tensa.
Voltou a andar, ansiosa.
Parou. Moveu primeiro a cabeça, virando-se; tinha ouvido um barulho.
Ele estava lá.
Segurando-se fragilmente no batente da porta. Buscando ar. Ruidosamente. Muito pálido.
‘Graças a Deus!’
Correu até ele. A roupa suja. O sobretudo caído de qualquer jeito de lado. Um fio de sangue na boca.
Não disse nada. Hesitou. E se apoiou nela. Pesado demais.
Ergueu a cabeça, a respiração difícil; apontou o armário.
Levou-o até lá.
Andou com dificuldade; parou. Ergueu a mão e buscou a chave, presa numa reentrância do armário.
Abriu-o. Colocou a cabeça para trás, encostando-se na parede.
- O verde. – murmurou.
Ela custou a achá-lo por entre as lágrimas. Havia dois deles.
- Qual dos dois? – falou baixinho, limpando o rosto.
- O grande. – ouviu-o dizer sem forças.
Mordeu o lábio, enquanto pegava o vidro. Ele era forte, duro. Nunca o vira assim... Alquebrado.
Doía muito.
- Destampou, dando-o a ele, vendo-o beber.
- Agora o azul. – devolveu o verde a ela.
Achou-o. Deu-lhe o outro. Ele parou, só por um segundo. Contou os comprimidos, levando-os à boca de qualquer jeito.
Pegou o vidro da mão frouxa e o guardou no armário, fechou-o. Passou o braço dele por seu pescoço de novo. Ouviu um gemido baixo. Segurou um soluço.
- Quer que eu chame Mila? – tentou controlar a voz – Ou o diretor?
- Não. – o murmúrio não disfarçou a voz dura.
Percebeu como ele estava cansado. E rígido. Disciplinado.
Levou-o até a cama. Ele se deitou penosamente.
Procurou enxergar por entre as lágrimas, enquanto tentava tirar a capa suja de lama. E sangue. Tentando não incomodá-lo demais. Conseguiu.
Desabotoou toda sua roupa, tentando deixá-lo mais confortável. Ele não ajudou muito enquanto a retirava.
Notou o arranhão profundo perto do pescoço. O outro na cintura. Nos braços.
O sangue coagulado neles. Os hematomas. Desistiu.
Encostou a testa na dele, de leve. Estava gelada. Respirou, mordendo os lábios.
Ele abriu os olhos quando sentiu uma lágrima cair em seu rosto. Ela levantou a cabeça.
Viu os olhos cansados, vazios, quase tristes. A respiração difícil, o rosto muito pálido. Passou a mão por ele. Mordeu novamente o lábio, tentando se controlar. Levou a mão ao bolso, abriu um chocolate macio, colocou na boca dele. Ele hesitou, depois mastigou, muito devagar.
Beijou-o nos lábios suavemente.
- Durma. – sussurrou.
Levou-o até lá.
Andou com dificuldade; parou. Ergueu a mão e buscou a chave, presa numa reentrância do armário.
Abriu-o. Colocou a cabeça para trás, encostando-se na parede.
- O verde. – murmurou.
Ela custou a achá-lo por entre as lágrimas. Havia dois deles.
- Qual dos dois? – falou baixinho, limpando o rosto.
- O grande. – ouviu-o dizer sem forças.
Mordeu o lábio, enquanto pegava o vidro. Ele era forte, duro. Nunca o vira assim... Alquebrado.
Doía muito.
- Destampou, dando-o a ele, vendo-o beber.
- Agora o azul. – devolveu o verde a ela.
Achou-o. Deu-lhe o outro. Ele parou, só por um segundo. Contou os comprimidos, levando-os à boca de qualquer jeito.
Pegou o vidro da mão frouxa e o guardou no armário, fechou-o. Passou o braço dele por seu pescoço de novo. Ouviu um gemido baixo. Segurou um soluço.
- Quer que eu chame Mila? – tentou controlar a voz – Ou o diretor?
- Não. – o murmúrio não disfarçou a voz dura.
Percebeu como ele estava cansado. E rígido. Disciplinado.
Levou-o até a cama. Ele se deitou penosamente.
Procurou enxergar por entre as lágrimas, enquanto tentava tirar a capa suja de lama. E sangue. Tentando não incomodá-lo demais. Conseguiu.
Desabotoou toda sua roupa, tentando deixá-lo mais confortável. Ele não ajudou muito enquanto a retirava.
Notou o arranhão profundo perto do pescoço. O outro na cintura. Nos braços.
O sangue coagulado neles. Os hematomas. Desistiu.
Encostou a testa na dele, de leve. Estava gelada. Respirou, mordendo os lábios.
Ele abriu os olhos quando sentiu uma lágrima cair em seu rosto. Ela levantou a cabeça.
Viu os olhos cansados, vazios, quase tristes. A respiração difícil, o rosto muito pálido. Passou a mão por ele. Mordeu novamente o lábio, tentando se controlar. Levou a mão ao bolso, abriu um chocolate macio, colocou na boca dele. Ele hesitou, depois mastigou, muito devagar.
Beijou-o nos lábios suavemente.
- Durma. – sussurrou.
Tentou se levantar sem perturbá-lo. Ele segurou seu braço; sem forçar, fraco. Os olhos fechados.
Ela parou. Entendeu.
Muito significado, num simples gesto. Segurou as lágrimas.
Soltou a mão dele, acariciando-a. Puxou a manta e o cobriu. Levantou-se.
Tirou seu vestido; não queria machucá-lo ainda mais.
Deitou-se ao lado dele. Acariciando seu cabelo de leve, evitando os arranhões, até que ele dormiu.
Finalmente... A intimidade de sono compartilhado.
Secou outra lágrima teimosa. Ele confiava nela.
Mas ela não teria se importado com a desconfiança dele. Desde que ele pudesse ter ficado.
E evitado o que ele tinha passado... O que provavelmente ele tinha perdido.
Para Miers.
Ela parou. Entendeu.
Muito significado, num simples gesto. Segurou as lágrimas.
Soltou a mão dele, acariciando-a. Puxou a manta e o cobriu. Levantou-se.
Tirou seu vestido; não queria machucá-lo ainda mais.
Deitou-se ao lado dele. Acariciando seu cabelo de leve, evitando os arranhões, até que ele dormiu.
Finalmente... A intimidade de sono compartilhado.
Secou outra lágrima teimosa. Ele confiava nela.
Mas ela não teria se importado com a desconfiança dele. Desde que ele pudesse ter ficado.
E evitado o que ele tinha passado... O que provavelmente ele tinha perdido.
Para Miers.
Ananinasnape Snape -
Obrigada por responder. Sou nova aqui, e por isso mesmo, ainda meio receosa...
Sim, é um livro. Ou parte dele.
Este cap. está pronto. O livro é baseado num outro (fanfiction) que eu escrevi e postei na net. Se te interessar me avisa.
Acho realmente interessante o que passa um homem que é obrigado a cometer atrocidades em nome de um bem maior. Principalmente porque nunca ninguém perguntou o que aquilo fazia a ele.
Eu gosto misturar um pouco de humor leve com algumas partes mais "densas".
Um abraço.
NIna
Sim, é um livro. Ou parte dele.
Este cap. está pronto. O livro é baseado num outro (fanfiction) que eu escrevi e postei na net. Se te interessar me avisa.
Acho realmente interessante o que passa um homem que é obrigado a cometer atrocidades em nome de um bem maior. Principalmente porque nunca ninguém perguntou o que aquilo fazia a ele.
Eu gosto misturar um pouco de humor leve com algumas partes mais "densas".
Um abraço.
NIna
Acordou. Ele não estava mais lá. Suspirou. Verificou em volta.
Nem suas roupas. Só o vestido dela nos pés da cama. Fechou os olhos.
Lembrou dos hematomas. Levantou-se.
Ele provavelmente tinha ido ao diretor. E depois dar aulas. Como se nada tivesse acontecido.
E ela tinha que ir trabalhar.
*****
Apagou o erro pela terceira vez. Assim ia acabar com o removedor.
Não conseguia parar de pensar.
Um espião. Alguém que... Suspirou.
Se ela não tivesse ido até ele, provavelmente não teria ficado sabendo. Ele nunca contaria.
Imaginou se tinha acontecido alguma outra vez. Estremeceu. Não.
Passavam várias noites juntos. Consolou-se ao pensar que teria visto. Os cortes. Os hematomas.
Ele tinha se encolhido quando ela tocara seu peito; perto da costela.
Limpou uma lágrima. Percebendo toda a extensão de sofrimento que ele já devia ter passado.
- Você está bem?
Ele estava parado na porta. Olhando-a. A única diferença, era o rosto um pouco mais pálido.
E os olhos fundos. Além da distância.
- Estou. E você?
Acenou com a cabeça.
- Você me desobedeceu. – acusou devagar, firme.
Ela o olhou. Não podia acreditar.
- Não vi você reclamando ontem.
Ele apertou os lábios.
- Não. Não viu. – entrou – Mas eu preciso saber que vai me atender da próxima vez. – o tom estava sério – Não posso me... distrair. Não quando... for chamado. – chegou mais perto.
Ergueu o rosto.
- Por quê? – perguntou devagar.
- Porque eu não sei o que pode acontecer se... for descoberto. – ele estava bem perto dela, a voz baixa – E Miers tem idéias muito... originais para fazer com que alguém pague por... contrariá-lo. – entendeu nas entrelinhas do que ele não dizia – E nada poderá ajudar então. Lucien, ou um dos outros poderia voltar disfarçado, como se fosse eu. Há formas. – olhou-a – Ele poderia...
Nem suas roupas. Só o vestido dela nos pés da cama. Fechou os olhos.
Lembrou dos hematomas. Levantou-se.
Ele provavelmente tinha ido ao diretor. E depois dar aulas. Como se nada tivesse acontecido.
E ela tinha que ir trabalhar.
*****
Apagou o erro pela terceira vez. Assim ia acabar com o removedor.
Não conseguia parar de pensar.
Um espião. Alguém que... Suspirou.
Se ela não tivesse ido até ele, provavelmente não teria ficado sabendo. Ele nunca contaria.
Imaginou se tinha acontecido alguma outra vez. Estremeceu. Não.
Passavam várias noites juntos. Consolou-se ao pensar que teria visto. Os cortes. Os hematomas.
Ele tinha se encolhido quando ela tocara seu peito; perto da costela.
Limpou uma lágrima. Percebendo toda a extensão de sofrimento que ele já devia ter passado.
- Você está bem?
Ele estava parado na porta. Olhando-a. A única diferença, era o rosto um pouco mais pálido.
E os olhos fundos. Além da distância.
- Estou. E você?
Acenou com a cabeça.
- Você me desobedeceu. – acusou devagar, firme.
Ela o olhou. Não podia acreditar.
- Não vi você reclamando ontem.
Ele apertou os lábios.
- Não. Não viu. – entrou – Mas eu preciso saber que vai me atender da próxima vez. – o tom estava sério – Não posso me... distrair. Não quando... for chamado. – chegou mais perto.
Ergueu o rosto.
- Por quê? – perguntou devagar.
- Porque eu não sei o que pode acontecer se... for descoberto. – ele estava bem perto dela, a voz baixa – E Miers tem idéias muito... originais para fazer com que alguém pague por... contrariá-lo. – entendeu nas entrelinhas do que ele não dizia – E nada poderá ajudar então. Lucien, ou um dos outros poderia voltar disfarçado, como se fosse eu. Há formas. – olhou-a – Ele poderia...
- Se disfarçar. – ela concluiu.
Viu os olhos dele brilharem.
- Sim.
Isso tinha sido o mais perto que ele tinha chegado de dizer que se importava. Olhou-o.
Concordou com a cabeça.
- Com uma condição.
Ele ficou quieto.
- Você me avisará quando voltar. – olhou-o firme, a voz séria – Não quero saber como vai fazer. Que... método. Ou que meio vai usar. – encarou-o – Eu quero estar lá quando você chegar.
Os olhos dele luziram de novo; ainda olhando-a.
Ele estendeu a mão; tocou seus lábios com os dedos. Ela perdeu-se em pretos.
- Verei o que posso fazer.
‘Faça.’
Mas ficou calada; olhando-o. Ele se virou. E de repente... Não estava mais lá.
Apesar de tudo, ela tinha sentido que ele estava... reservado.
Que estava mais... preocupado, depois que voltara. Alguma coisa mais grave tinha acontecido.
Alguma coisa tinha levado um pouco do brilho nos olhos dele.
**
Ele não estava no almoço. Suspirou. Devia se alimentar melhor.
A julgar pelo que tinha visto na noite anterior, ele precisaria de toda a energia que pudesse obter.
Olhou para o diretor. Ele também não tinha comido quase nada. Só mexendo com o garfo. Sério.
Sacudiu a cabeça. Não sabia o que podia fazer para ajudar. A nenhum deles.
Tinha colocado um pouco de comida no garfo quando dois rapazes apareceram. Todos olharam. Não era dia do correio. Um deles foi até o diretor. O outro foi em direção aos alunos.
Ouviu o comentário apreensivo de Mila.
- Não vejo algo assim desde... – Sara completou alarmada.
Daniel tinha o semblante ainda mais sério. Ela ouviu um grito. Virou-se.
Um dos alunos tinha saído correndo. Mais alguns atrás dele. Mila parecia aterrorizada.
O diretor tinha o envelope na mão. Imóvel. Olhando para onde os alunos corriam.
- Começou. – falou cansado.
Havia silêncio agora. Em todo o lugar. Antes dos comentários. E dos murmúrios. Ansiosos.
Viu os olhos dele brilharem.
- Sim.
Isso tinha sido o mais perto que ele tinha chegado de dizer que se importava. Olhou-o.
Concordou com a cabeça.
- Com uma condição.
Ele ficou quieto.
- Você me avisará quando voltar. – olhou-o firme, a voz séria – Não quero saber como vai fazer. Que... método. Ou que meio vai usar. – encarou-o – Eu quero estar lá quando você chegar.
Os olhos dele luziram de novo; ainda olhando-a.
Ele estendeu a mão; tocou seus lábios com os dedos. Ela perdeu-se em pretos.
- Verei o que posso fazer.
‘Faça.’
Mas ficou calada; olhando-o. Ele se virou. E de repente... Não estava mais lá.
Apesar de tudo, ela tinha sentido que ele estava... reservado.
Que estava mais... preocupado, depois que voltara. Alguma coisa mais grave tinha acontecido.
Alguma coisa tinha levado um pouco do brilho nos olhos dele.
**
Ele não estava no almoço. Suspirou. Devia se alimentar melhor.
A julgar pelo que tinha visto na noite anterior, ele precisaria de toda a energia que pudesse obter.
Olhou para o diretor. Ele também não tinha comido quase nada. Só mexendo com o garfo. Sério.
Sacudiu a cabeça. Não sabia o que podia fazer para ajudar. A nenhum deles.
Tinha colocado um pouco de comida no garfo quando dois rapazes apareceram. Todos olharam. Não era dia do correio. Um deles foi até o diretor. O outro foi em direção aos alunos.
Ouviu o comentário apreensivo de Mila.
- Não vejo algo assim desde... – Sara completou alarmada.
Daniel tinha o semblante ainda mais sério. Ela ouviu um grito. Virou-se.
Um dos alunos tinha saído correndo. Mais alguns atrás dele. Mila parecia aterrorizada.
O diretor tinha o envelope na mão. Imóvel. Olhando para onde os alunos corriam.
- Começou. – falou cansado.
Havia silêncio agora. Em todo o lugar. Antes dos comentários. E dos murmúrios. Ansiosos.
******
Ela descobriu mais tarde que tinha sido o pai de Matheus. Ele e o irmão estavam inconsoláveis.
Todos estavam apreensivos. Os alunos tensos. Nervosos.
As notícias no dia seguinte tinham um tom soturno. Sangue. Morte.
*****
Com certeza agora você já deve ter tido um indício de "onde" se baseia.
NIna
Ela descobriu mais tarde que tinha sido o pai de Matheus. Ele e o irmão estavam inconsoláveis.
Todos estavam apreensivos. Os alunos tensos. Nervosos.
As notícias no dia seguinte tinham um tom soturno. Sangue. Morte.
*****
Com certeza agora você já deve ter tido um indício de "onde" se baseia.
NIna
*****
Alguns dias se passaram. O tempo estava esquentando. Mas as noites ainda eram frias.
E então... Aconteceu novamente. A apreensão. E o mesmo frio. Intenso.
Talvez fosse pela tensão que havia em todo o lugar.
‘Não.’
Era dor em seu peito. Ansiedade. Inquietação.
Andou. Percorrendo os corredores.
Dez horas. O quarto dele estava vazio. Intocado. Sentiu o coração apertar de novo. Voltou para seu quarto.
-*/
Os minutos se arrastavam. Já não sabia mais o que fazer. A tristeza consumindo-a.
Rearranjou os livros, só para ter algo com que se ocupar. Foi ao banheiro lavar o rosto e as mãos.
Olhou seu reflexo no espelho. Talvez pudesse ver fantasmas às vezes.
Ela teria falado sua angústia até para as paredes. Nem havia o consolo da presença silenciosa do cão.
Voltou a olhar o vazio.
‘Onde você está?’
A espera. Isso era o pior. Não poder fazer nada. Ela tinha que aprender alguma coisa.
A guerra estava chegando. Por mais que ela tivesse tentado fingir que não.
Por mais que tivesse tentado acreditar que não aconteceria. Que ainda fazia parte de seus livros.
Não tinha como negar. Então teria que aprender a conviver. A se defender.
Teria que pensar em alguma coisa
Alguns dias se passaram. O tempo estava esquentando. Mas as noites ainda eram frias.
E então... Aconteceu novamente. A apreensão. E o mesmo frio. Intenso.
Talvez fosse pela tensão que havia em todo o lugar.
‘Não.’
Era dor em seu peito. Ansiedade. Inquietação.
Andou. Percorrendo os corredores.
Dez horas. O quarto dele estava vazio. Intocado. Sentiu o coração apertar de novo. Voltou para seu quarto.
-*/
Os minutos se arrastavam. Já não sabia mais o que fazer. A tristeza consumindo-a.
Rearranjou os livros, só para ter algo com que se ocupar. Foi ao banheiro lavar o rosto e as mãos.
Olhou seu reflexo no espelho. Talvez pudesse ver fantasmas às vezes.
Ela teria falado sua angústia até para as paredes. Nem havia o consolo da presença silenciosa do cão.
Voltou a olhar o vazio.
‘Onde você está?’
A espera. Isso era o pior. Não poder fazer nada. Ela tinha que aprender alguma coisa.
A guerra estava chegando. Por mais que ela tivesse tentado fingir que não.
Por mais que tivesse tentado acreditar que não aconteceria. Que ainda fazia parte de seus livros.
Não tinha como negar. Então teria que aprender a conviver. A se defender.
Teria que pensar em alguma coisa
Ananinasnape Snape -
Teria que pensar em alguma coisa. Gemeu,abraçando a si mesma.
Não agora. Agora ela o queria de volta. São e salvo. Queria abraçá-lo. Tocá-lo. Saber que estava bem.
‘Oh, Deus.’
Quantas noites como essa ela agüentaria? Começou a murmurar sua oração.
Olhou o relógio. Três horas. Estava demorando demais.
‘Demorando demais.’
Mordeu a mão. Os pés levando-a pelo espaço exíguo. Três e meia.
‘Senhor, por favor... Por favor.’
Secou as lágrimas com raiva. Isso não era produtivo. Não adiantava nada. Virou-se para a porta.
E se ele não tivesse avisado? Moveu-se. Se ele tivesse voltado? Sem avisá-la.
‘Não.’
Não se atreveria... Sacudiu a cabeça. Aquele prepotente não se atreveria. Ele não...
Ouviu pequenos toques na porta. Andou sem ver. Rápida.
Abriu-a depressa.
O cão estava lá. Saiu correndo.
*-*-*
Ele estava apoiado na mesa. Foi até ele.
Parecia um pouco melhor. Só mais... tenso. Ajudou-o a ir até o quarto. A respiração não tão ruim.
E ele não se amparava tanto nela. Pegou a chave e abriu o armário.
Estendeu a mão ao mesmo tempo que ele. Ele abaixou a dele devagar.
Pegou o vidro e o deu a ele. Ele o bebeu tudo antes de devolvê-lo. Guardou-o e ia pegar o outro.
- Não. – o murmúrio era estranho, seco.
Olhou-o. Ele realmente parecia melhor que da primeira vez. Mas estava... diferente. Duro. Ausente.
E havia a distância. Maior. Os olhos meio fechados. E o modo como ele não olhava nos dela.
Deixou que ele segurasse nela. Ajudou-o. Ele parou perto da lareira, respirando.
Levantou os dedos sujos, abrindo os botões. Ela tentou ajudá-lo com as roupas. Ele segurou suas mãos.
Sem olhá-la. Tirou-as. Parecia firmar-se bem sozinho. Devagar, ele foi ao banheiro.
Ela se sentou no sofá e esperou. Viu as roupas jogadas. Havia sangue.
Bem mais que da primeira vez. E não estavam sujas de lama. Levantou-se e juntou-as num canto.
Só para não ter que olhar para elas. E pensar no que significavam. Olhou o fogo. Sem ver.
Não agora. Agora ela o queria de volta. São e salvo. Queria abraçá-lo. Tocá-lo. Saber que estava bem.
‘Oh, Deus.’
Quantas noites como essa ela agüentaria? Começou a murmurar sua oração.
Olhou o relógio. Três horas. Estava demorando demais.
‘Demorando demais.’
Mordeu a mão. Os pés levando-a pelo espaço exíguo. Três e meia.
‘Senhor, por favor... Por favor.’
Secou as lágrimas com raiva. Isso não era produtivo. Não adiantava nada. Virou-se para a porta.
E se ele não tivesse avisado? Moveu-se. Se ele tivesse voltado? Sem avisá-la.
‘Não.’
Não se atreveria... Sacudiu a cabeça. Aquele prepotente não se atreveria. Ele não...
Ouviu pequenos toques na porta. Andou sem ver. Rápida.
Abriu-a depressa.
O cão estava lá. Saiu correndo.
*-*-*
Ele estava apoiado na mesa. Foi até ele.
Parecia um pouco melhor. Só mais... tenso. Ajudou-o a ir até o quarto. A respiração não tão ruim.
E ele não se amparava tanto nela. Pegou a chave e abriu o armário.
Estendeu a mão ao mesmo tempo que ele. Ele abaixou a dele devagar.
Pegou o vidro e o deu a ele. Ele o bebeu tudo antes de devolvê-lo. Guardou-o e ia pegar o outro.
- Não. – o murmúrio era estranho, seco.
Olhou-o. Ele realmente parecia melhor que da primeira vez. Mas estava... diferente. Duro. Ausente.
E havia a distância. Maior. Os olhos meio fechados. E o modo como ele não olhava nos dela.
Deixou que ele segurasse nela. Ajudou-o. Ele parou perto da lareira, respirando.
Levantou os dedos sujos, abrindo os botões. Ela tentou ajudá-lo com as roupas. Ele segurou suas mãos.
Sem olhá-la. Tirou-as. Parecia firmar-se bem sozinho. Devagar, ele foi ao banheiro.
Ela se sentou no sofá e esperou. Viu as roupas jogadas. Havia sangue.
Bem mais que da primeira vez. E não estavam sujas de lama. Levantou-se e juntou-as num canto.
Só para não ter que olhar para elas. E pensar no que significavam. Olhou o fogo. Sem ver.
Trinta minutos depois, estava pensando se devia bater na porta, quando ela se abriu.
Ele tinha os cabelos meio molhados e vestia um roupão escuro. A fisionomia ainda fechada. Pálido.
Mas inteiro. Ventur de novo, ela percebeu. Frio. Distante. Quase como se ela não estivesse ali.
Sentiu os olhos arderem. Ele estava deixando de ser o Jonas dela.
E não... a olhava mais nos olhos. Pensou em toda angústia daquela noite. Na espera.
Uma lágrima desceu. Ele estava sendo levado dela. Por aquele Miers.
Um pouquinho de cada vez. Torturou-se pensando, como ele pôde ter agüentado antes?
Outra escorreu. Por ela. Por ele. E pelo que essa maldita guerra estava fazendo com eles.
Tentou segurar a agonia. Não demonstrar a grande... sensação de perda. A tristeza. Não conseguiu.
Não percebeu que ele estava à sua frente. A mão em seu queixo, levantando seu rosto.
Olhou-o através das lágrimas; os lábios trêmulos. Pretos.
Túneis escuros e vazios. Era isso. A descrição estava correta. Vazios.
Sentiu outra lágrima rolar. Ele tocou seu rosto. Então ela viu um lampejo naqueles olhos.
Angústia. E sombras. Tristeza. E desolação. A expressão do rosto mudou.
E ele a beijou. A mão em seu queixo, como garras. Apertando seus lábios nos dela. Quase machucando.
Ela podia sentir o desespero. No modo como ele não a tocava.
Em sua respiração rápida, quando ele parou.
A culpa. Em como ele não se aproximou mais. Em como deixou a cabeça na testa dela.
E ela quase podia percebê-lo gemendo. Por dentro.
Engoliu em seco. Levantou os braços. Segurou a cabeça dele. Beijando-o com vontade. Com fome.
Ele a abraçou. Colou seu corpo ao dele. Incitando-o. Buscando por ele. Querendo fazê-lo esquecer.
Correspondendo ao desespero; sem se importar se a estava machucando agora.
Oferecendo alívio. Ignorando a dor que ele estava causando, quando a apertou a ele. Duro.
E tirou suas roupas de qualquer jeito. Machucando-a. Arranhando sua pele. Quase violento.
Não opôs resistência, nem quando ele mordeu seu lábio.
Ele tinha os cabelos meio molhados e vestia um roupão escuro. A fisionomia ainda fechada. Pálido.
Mas inteiro. Ventur de novo, ela percebeu. Frio. Distante. Quase como se ela não estivesse ali.
Sentiu os olhos arderem. Ele estava deixando de ser o Jonas dela.
E não... a olhava mais nos olhos. Pensou em toda angústia daquela noite. Na espera.
Uma lágrima desceu. Ele estava sendo levado dela. Por aquele Miers.
Um pouquinho de cada vez. Torturou-se pensando, como ele pôde ter agüentado antes?
Outra escorreu. Por ela. Por ele. E pelo que essa maldita guerra estava fazendo com eles.
Tentou segurar a agonia. Não demonstrar a grande... sensação de perda. A tristeza. Não conseguiu.
Não percebeu que ele estava à sua frente. A mão em seu queixo, levantando seu rosto.
Olhou-o através das lágrimas; os lábios trêmulos. Pretos.
Túneis escuros e vazios. Era isso. A descrição estava correta. Vazios.
Sentiu outra lágrima rolar. Ele tocou seu rosto. Então ela viu um lampejo naqueles olhos.
Angústia. E sombras. Tristeza. E desolação. A expressão do rosto mudou.
E ele a beijou. A mão em seu queixo, como garras. Apertando seus lábios nos dela. Quase machucando.
Ela podia sentir o desespero. No modo como ele não a tocava.
Em sua respiração rápida, quando ele parou.
A culpa. Em como ele não se aproximou mais. Em como deixou a cabeça na testa dela.
E ela quase podia percebê-lo gemendo. Por dentro.
Engoliu em seco. Levantou os braços. Segurou a cabeça dele. Beijando-o com vontade. Com fome.
Ele a abraçou. Colou seu corpo ao dele. Incitando-o. Buscando por ele. Querendo fazê-lo esquecer.
Correspondendo ao desespero; sem se importar se a estava machucando agora.
Oferecendo alívio. Ignorando a dor que ele estava causando, quando a apertou a ele. Duro.
E tirou suas roupas de qualquer jeito. Machucando-a. Arranhando sua pele. Quase violento.
Não opôs resistência, nem quando ele mordeu seu lábio.
Não opôs resistência, nem quando ele mordeu seu lábio. Mas não conseguiu segurar o gemido.
E ele a olhou. E ela viu. O desespero. A dor. A ânsia. Ele tocou sua boca. E começou a se afastar dela.
- Não. – murmurou; os olhos nos dele.
Segurou-o, puxando de volta, tremendo. Colando sua boca na dele, indiferente à dor.
Ouviu um grunhido.
E seus braços estavam de novo à volta dela. Agarrando-a. Como um náufrago. Em tempestade.
Que se abateu sobre ela.
Enquanto as lágrimas voltavam a escorrer.
-*-*-*
Isto é parte do cap. 26.
Este cap. é a "transformação" do cap. 26 de uma fanfic, que a essa altura, com certeza vocês adivinharam qual. (risos)
Só fiz essa parte para enviar a um grupo de escritores.
Se ainda estiverem interessados, posso postar uma parte do original para que possam verificar se vale a pena continuar lendo.
Mas obrigada pelas palavras gentis.
Nina
ananinasnape@yahoo.com.br
My Fanfic: http://www.fanfiction.net/s/1650179/35/http://br.groups.yahoo.com/group/Severus _a_partir_de_agora/http://geocities.yahoo.com.br/ananinasna pe/
"Nada acontece por acaso."
E ele a olhou. E ela viu. O desespero. A dor. A ânsia. Ele tocou sua boca. E começou a se afastar dela.
- Não. – murmurou; os olhos nos dele.
Segurou-o, puxando de volta, tremendo. Colando sua boca na dele, indiferente à dor.
Ouviu um grunhido.
E seus braços estavam de novo à volta dela. Agarrando-a. Como um náufrago. Em tempestade.
Que se abateu sobre ela.
Enquanto as lágrimas voltavam a escorrer.
-*-*-*
Isto é parte do cap. 26.
Este cap. é a "transformação" do cap. 26 de uma fanfic, que a essa altura, com certeza vocês adivinharam qual. (risos)
Só fiz essa parte para enviar a um grupo de escritores.
Se ainda estiverem interessados, posso postar uma parte do original para que possam verificar se vale a pena continuar lendo.
Mas obrigada pelas palavras gentis.
Nina
ananinasnape@yahoo.com.br
My Fanfic: http://www.fanfiction.net/s/1650179/35/http://br.groups.yahoo.com/group/Severus
"Nada acontece por acaso."
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Fique a vontade para compartilhar informações, comentários e links.
Mas seja gentil. :)